sábado, fevereiro 19, 2005

Particular

Dos vários sons que partilhamos
ficou na memória, como gatilho,
o som de tua porta se fechando,
no clique, promessa de delírio.

Era como se o giro da chave deixasse lá fora
as bobagens que escolhi em vez de ti...
e do lado de dentro ficasse trancado
o amor, o desejo, o frenesi.

Tua porta trancada protegia
nossas almas finalmente libertadas,
o tempo lá fora, parado,
aqui dentro o universo em sintonia.

Entre esse clique e o outro,
que me expulsava,
era a vida mais plena que existia.

Sinto saudade, meu amor,
das tuas portas...

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