Não sei mais se te quero rio
atravessando finito
o leito proibido do meu desejo...
Ou se te quero mar,
onda dúbia que me deixa
areia úmida,
expectante gueixa...
Não sei mais se te quero sêmen
(transbordando minha falta de limite...)
ou se te quero suor,
garoa dos teus pêlos
nos meus secos...
Sei apenas que te quero,
em lágrimas...
"Yo sé que estoy ligado a ti/ más fuerte que la hiedra/ porque tus ojos de mis sueños/ no pueden separarse jamás." Agustín Lara
sexta-feira, dezembro 30, 2005
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Troca
Existe, além das palavras e do riso,
a comunicação precisa das mãos,
a confusão das pernas e, entre elas,
a indecisa junção
que se repete sem trégua,
até o final, trêmula paz!...
Se é minha a umidade onde termina
a dureza da sua paixão explícita,
seu é o ilícito gemido
(prova fugaz desse delito),
som do meu prazer
no seu ouvido...
a comunicação precisa das mãos,
a confusão das pernas e, entre elas,
a indecisa junção
que se repete sem trégua,
até o final, trêmula paz!...
Se é minha a umidade onde termina
a dureza da sua paixão explícita,
seu é o ilícito gemido
(prova fugaz desse delito),
som do meu prazer
no seu ouvido...
segunda-feira, dezembro 26, 2005
Vontade*
Sua mão segura meu seio,
desliza para a cintura,
escorre pela coxa
e me procura...
Nas minhas costas,
o seu peito roça,
um coração dispara,
não importa qual...
Então, sem aviso,
tenho o que é preciso:
na minha nuca
sua boca vibra,
eu me arrepio
e a vida brilha!...
*para que se faça a sua vontade, Mario...
desliza para a cintura,
escorre pela coxa
e me procura...
Nas minhas costas,
o seu peito roça,
um coração dispara,
não importa qual...
Então, sem aviso,
tenho o que é preciso:
na minha nuca
sua boca vibra,
eu me arrepio
e a vida brilha!...
*para que se faça a sua vontade, Mario...
Crônico
Não existe cura para esse desejo...
Apenas sobrevivo até a próxima gota,
respiro até o próximo beijo,
deliro até que de novo
a febre me queime
infinitas vezes...
Apenas sobrevivo até a próxima gota,
respiro até o próximo beijo,
deliro até que de novo
a febre me queime
infinitas vezes...
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Dom
Meu peso mantém preso o seu corpo,
refém do meu desejo,
meu brinquedo,
meu reino,
onde me perco e começo
o interminável passeio
pelos prazeres secretos,
que apenas eu conheço
e, só a você, entrego...
refém do meu desejo,
meu brinquedo,
meu reino,
onde me perco e começo
o interminável passeio
pelos prazeres secretos,
que apenas eu conheço
e, só a você, entrego...
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Pax
Depois de todas as loucuras
repetidamente imaginadas
(deliciosamente repetidas...) ,
surge essa desconcertante sanidade
e eu encontro, deitada no seu peito,
tranqüila como quem ama,
a estranha que vive em mim...
repetidamente imaginadas
(deliciosamente repetidas...) ,
surge essa desconcertante sanidade
e eu encontro, deitada no seu peito,
tranqüila como quem ama,
a estranha que vive em mim...
terça-feira, dezembro 20, 2005
Toque
Sua mão esboça
curvas e paralelas
nas minhas costas...
Invisíveis traços
do lado de dentro
dos meus braços...
E, nas coxas que separo,
o risco das unhas e suas digitais
desenham trilhas diferentes
para destinos iguais...
curvas e paralelas
nas minhas costas...
Invisíveis traços
do lado de dentro
dos meus braços...
E, nas coxas que separo,
o risco das unhas e suas digitais
desenham trilhas diferentes
para destinos iguais...
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Flora
Não se deixe enganar
por minhas pétalas secretas,
pelo perfume no ar,
a cor exposta
e o mel que escorre...
O mais bonito não se mostra,
no escuro cala e consente,
não é efêmera flor,
é feminina semente...
por minhas pétalas secretas,
pelo perfume no ar,
a cor exposta
e o mel que escorre...
O mais bonito não se mostra,
no escuro cala e consente,
não é efêmera flor,
é feminina semente...
quinta-feira, dezembro 15, 2005
Sede
Além dos nossos sons,
não há mais nada...
Talvez uma música,
mas não identifico...
Nosso quase se estende até o limite,
falso infinito...
Então mordo o lábio, mastigo seu nome
(engasgando com as palavras que não digo)
e só tenho alívio quando bebo o 'eu te amo'
que você diz na minha boca,
quando goza comigo...
não há mais nada...
Talvez uma música,
mas não identifico...
Nosso quase se estende até o limite,
falso infinito...
Então mordo o lábio, mastigo seu nome
(engasgando com as palavras que não digo)
e só tenho alívio quando bebo o 'eu te amo'
que você diz na minha boca,
quando goza comigo...
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Festa
Sinto seu chamado e o sangue acelera,
levando seu nome a cada uma das células,
anúncio de alegria
(sonho que me resta!)
e o amor me prepara para nossa festa...
Quando minhas mãos se cravam nos seus ombros
e minha boca na sua só deseja beijos,
as carícias eu espalho pela sua pele
esfregando sem pudor o meu corpo inteiro...
levando seu nome a cada uma das células,
anúncio de alegria
(sonho que me resta!)
e o amor me prepara para nossa festa...
Quando minhas mãos se cravam nos seus ombros
e minha boca na sua só deseja beijos,
as carícias eu espalho pela sua pele
esfregando sem pudor o meu corpo inteiro...
sábado, dezembro 10, 2005
Dalí
Quero, sem a pressa dos segundos
e sem a pressão dos minutos,
tocar você de todas as formas,
recriar nossos mundos...
Demarcar com a língua suas fronteiras,
para depois rompê-las...
Brincar com o impossível eterno a cada hora
e deixar o tempo para a rota circular dos relógios...
e sem a pressão dos minutos,
tocar você de todas as formas,
recriar nossos mundos...
Demarcar com a língua suas fronteiras,
para depois rompê-las...
Brincar com o impossível eterno a cada hora
e deixar o tempo para a rota circular dos relógios...
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Outra
Não dá para negar a minha fome
ou a sede que tenho pelo que é teu...
Se te olho como se visse Deus
(em transe como se fosses meu)
sem culpa, eu te procuro...
Não pode ser pecado o que tenho de mais puro!...
ou a sede que tenho pelo que é teu...
Se te olho como se visse Deus
(em transe como se fosses meu)
sem culpa, eu te procuro...
Não pode ser pecado o que tenho de mais puro!...
quarta-feira, dezembro 07, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
Luz
A calmaria é frágil
e a tempestade, implícita,
mas eu durmo tranqüila
sob o farol da sua vigília....
e a tempestade, implícita,
mas eu durmo tranqüila
sob o farol da sua vigília....
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Jam Session
O encontro dos poros,
a combinação do suor,
os gestos sem ensaio
e a conversa dos olhares...
Essa mistura sem medida
coloca em nossa luxúria
a trilha sonora do delírio,
ato e gemido,
a mais (im)pura libido...
Só o diálogo improvisado das nossas peles silencia
a vida surda e seu monólogo sem sentido!...
a combinação do suor,
os gestos sem ensaio
e a conversa dos olhares...
Essa mistura sem medida
coloca em nossa luxúria
a trilha sonora do delírio,
ato e gemido,
a mais (im)pura libido...
Só o diálogo improvisado das nossas peles silencia
a vida surda e seu monólogo sem sentido!...
quinta-feira, dezembro 01, 2005
Flamenco
Meu corpo sobre o seu
é encaixe e movimento,
dança úmida no silêncio...
A música toca por dentro,
vibra no sangue
e ecoa no gozo,
enquanto sorrimos
ensurdecendo...
é encaixe e movimento,
dança úmida no silêncio...
A música toca por dentro,
vibra no sangue
e ecoa no gozo,
enquanto sorrimos
ensurdecendo...
quarta-feira, novembro 30, 2005
Manifeste-se
Em Roraima um policial atirou para o alto. Atingiu e matou um jovem de 16 anos que estava numa pizzaria. Sandro Borges estava no lugar certo e na hora certa. Errado estava quem não sabe exercer sua função e carrega uma arma. Dê seu apoio e registre sua indignação. É o mínimo que podemos fazer.
Crônicas da Fronteira (http://www.edgarb.blogspot.com)
Crônicas da Fronteira (http://www.edgarb.blogspot.com)
terça-feira, novembro 29, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
Agora
Quero você com o peso
de todos os pecados,
a pureza deixada de lado,
quando a seu lado me deito...
Quero você com a loucura de quem mata
e com a fragilidade de quem vive,
contra todos os avisos,
o impreciso do desejo...
E para que se faça
depressa a nossa vontade,
sobre a pele, o vestido,
sob o vestido, a pele
e mais nada...
de todos os pecados,
a pureza deixada de lado,
quando a seu lado me deito...
Quero você com a loucura de quem mata
e com a fragilidade de quem vive,
contra todos os avisos,
o impreciso do desejo...
E para que se faça
depressa a nossa vontade,
sobre a pele, o vestido,
sob o vestido, a pele
e mais nada...
terça-feira, novembro 22, 2005
A Falta Que Nos Move*
Venha agora,
vá daqui a uma hora,
não importa...
Tranque a porta
(aberta à sua espera)
e me ame durante
essa diária infame...
Deixe comigo o cheiro
que eu preciso
e a falta de mim
disfarçada em seu sorriso...
Bendita é a saudade
que chegou sem convite
e fez você cruzar
todos os meus limites...
*Para Zanny e Edgar, que sentem saudade até quando estão juntos...
vá daqui a uma hora,
não importa...
Tranque a porta
(aberta à sua espera)
e me ame durante
essa diária infame...
Deixe comigo o cheiro
que eu preciso
e a falta de mim
disfarçada em seu sorriso...
Bendita é a saudade
que chegou sem convite
e fez você cruzar
todos os meus limites...
*Para Zanny e Edgar, que sentem saudade até quando estão juntos...
domingo, novembro 20, 2005
Entreatos
O ar que me toca
não traz seu cheiro
nem sua voz...
Veloz, o tempo
(alado na sua presença)
brinca de passar em câmera lenta,
tão devagar quanto desaparecem suas marcas,
sem perceber que eu já sei de cor a sua falta...
não traz seu cheiro
nem sua voz...
Veloz, o tempo
(alado na sua presença)
brinca de passar em câmera lenta,
tão devagar quanto desaparecem suas marcas,
sem perceber que eu já sei de cor a sua falta...
quinta-feira, novembro 17, 2005
Lista
Coloque-se ao meu alcance
e deixe que eu decida
o que vou tocar primeiro,
quanto vou beijar durante,
como vou lamber depois...
Antes que você levante,
quem sabe, mais uma vez,
seu prazer, para nós dois...
e deixe que eu decida
o que vou tocar primeiro,
quanto vou beijar durante,
como vou lamber depois...
Antes que você levante,
quem sabe, mais uma vez,
seu prazer, para nós dois...
quarta-feira, novembro 16, 2005
Depois
No seu corpo adormecido
beijo os caminhos estreitos
que minhas unhas abriram
nas suas costas,
em vermelho,
labirinto sem saída
de todos os meus desejos...
Você acorda e num carinho
banha com a ponta da língua
a pele azulada das ilhas
desenhadas nos meus seios
(mordidas que eu pedi...)
quando nosso prazer veio...
beijo os caminhos estreitos
que minhas unhas abriram
nas suas costas,
em vermelho,
labirinto sem saída
de todos os meus desejos...
Você acorda e num carinho
banha com a ponta da língua
a pele azulada das ilhas
desenhadas nos meus seios
(mordidas que eu pedi...)
quando nosso prazer veio...
sábado, novembro 12, 2005
Insana
Dentro de mim queima
o mesmo desejo
que corta sua fala.
Vencido,
meu pensamento sorri para o instinto
e se cala...
o mesmo desejo
que corta sua fala.
Vencido,
meu pensamento sorri para o instinto
e se cala...
quarta-feira, novembro 09, 2005
Bicho
No ar, farejo sua presença,
a diferença do seu cheiro,
a beira da minha loucura,
a pura vontade de ser sempre,
entre as fêmeas,
a fêmea,
o encaixe,
o par...
Idêntica ânsia de deitar,
abrir,
receber,
gozar...
Na boca, a pele e o leite...
Na pele, o deleite do beijo,
o desejo,
o cio,
a fome que nos consome
e nos mantém além do amor,
além...
a diferença do seu cheiro,
a beira da minha loucura,
a pura vontade de ser sempre,
entre as fêmeas,
a fêmea,
o encaixe,
o par...
Idêntica ânsia de deitar,
abrir,
receber,
gozar...
Na boca, a pele e o leite...
Na pele, o deleite do beijo,
o desejo,
o cio,
a fome que nos consome
e nos mantém além do amor,
além...
terça-feira, novembro 08, 2005
Beijo
Seu sopro morno
cruza o tecido,
atiça a brasa
e eu me dissolvo...
Sinto pelas pernas
o passeio das sedas
e espero seu retorno...
Depois, é sua boca
no meu delírio
e o seu nome
no meu suspiro
de novo...
cruza o tecido,
atiça a brasa
e eu me dissolvo...
Sinto pelas pernas
o passeio das sedas
e espero seu retorno...
Depois, é sua boca
no meu delírio
e o seu nome
no meu suspiro
de novo...
quinta-feira, novembro 03, 2005
Sempre
Se seu corpo esboça
um movimento de partida,
seu nome guilhotino
com a lâmina do gemido...
Mordida,
sua boca treme um sorriso,
engole o meu pedido
e me satisfaz:
mais!
um movimento de partida,
seu nome guilhotino
com a lâmina do gemido...
Mordida,
sua boca treme um sorriso,
engole o meu pedido
e me satisfaz:
mais!
sexta-feira, outubro 28, 2005
Paleta e Tela
Trago na pele as cores da noite...
Nos braços, nas costas e coxas:
rosas, vermelhos e roxos...
E espalho no seu corpo,
com os pincéis dos cabelos,
o verniz do meu suor,
sobre a impressão dos beijos...
Nos braços, nas costas e coxas:
rosas, vermelhos e roxos...
E espalho no seu corpo,
com os pincéis dos cabelos,
o verniz do meu suor,
sobre a impressão dos beijos...
quinta-feira, outubro 27, 2005
S.O.S.
Meu corpo é ilha
no mar de seda
da sua cama...
Náufrago,
procure no prazer
a estrela-guia
e descubra
(enquanto me cobre)
que em mim só brilha
a lua minguante
da sua mordida...
no mar de seda
da sua cama...
Náufrago,
procure no prazer
a estrela-guia
e descubra
(enquanto me cobre)
que em mim só brilha
a lua minguante
da sua mordida...
terça-feira, outubro 25, 2005
Olho Nu
Vou ter você de olhos abertos,
vendo o suor, o pêlo e o jeito
do seu arrepio quando me deito...
Abrir no meu corpo espaços esquecidos,
tragando seu desejo até o impossível...
Viver o sexo puro que eu quero,
duro e verdadeiro como o deserto,
e me proteger das inúteis miragens que me cercam...
vendo o suor, o pêlo e o jeito
do seu arrepio quando me deito...
Abrir no meu corpo espaços esquecidos,
tragando seu desejo até o impossível...
Viver o sexo puro que eu quero,
duro e verdadeiro como o deserto,
e me proteger das inúteis miragens que me cercam...
quinta-feira, outubro 20, 2005
Tribal
No seu braço a tatuagem brilha,
redesenhada pela minha língua...
Úmidas, as curvas e as pontas
mostram o caminho impreciso
por onde desço espalhando beijos
(as marcas invisíveis que eu deixo)
e para provocar o seu sorriso
brinco de tatuar meu nome
entre o que desejo e o seu umbigo...
redesenhada pela minha língua...
Úmidas, as curvas e as pontas
mostram o caminho impreciso
por onde desço espalhando beijos
(as marcas invisíveis que eu deixo)
e para provocar o seu sorriso
brinco de tatuar meu nome
entre o que desejo e o seu umbigo...
terça-feira, outubro 18, 2005
Boca
Seu nome vibra
entre desejos sussurrados
e beijos cheios de vontade...
Na tradição oral dos apaixonados,
o amor é boca nunca saciada
atravessando a madrugada...
Você se alimenta das minhas palavras
(esfomeado pelos gemidos que me consomem)
e sobre seu corpo, quase flutuando,
eu me alimento da sua fome...
entre desejos sussurrados
e beijos cheios de vontade...
Na tradição oral dos apaixonados,
o amor é boca nunca saciada
atravessando a madrugada...
Você se alimenta das minhas palavras
(esfomeado pelos gemidos que me consomem)
e sobre seu corpo, quase flutuando,
eu me alimento da sua fome...
segunda-feira, outubro 17, 2005
Náutica
No mar da minha cama
deixe seu corpo à deriva,
até que seus cabelos
eu segure
e ancore seu prazer
entre meus pêlos...
deixe seu corpo à deriva,
até que seus cabelos
eu segure
e ancore seu prazer
entre meus pêlos...
Íntima
A carícia repetida
brinca nos meus dedos
e entreabro os lábios
num sorriso sem segredo
e o segredo umedecido,
à espera dos seus beijos,
lateja sob o vestido...*
*a rima foi salva por um triz!
brinca nos meus dedos
e entreabro os lábios
num sorriso sem segredo
e o segredo umedecido,
à espera dos seus beijos,
lateja sob o vestido...*
*a rima foi salva por um triz!
quinta-feira, outubro 13, 2005
Blitz
Siga minha pista,
me vire, me reviste...
Contra a parede,
me encoste...
Separe minhas pernas...
Procure...
Confirme o desejo
em flagrante,
sem condicional...
Se eu resistir,
me coloque de joelhos
e execute,
sem misericórdia,
minha vontade...
Assim, de prazer,
me mate...
me vire, me reviste...
Contra a parede,
me encoste...
Separe minhas pernas...
Procure...
Confirme o desejo
em flagrante,
sem condicional...
Se eu resistir,
me coloque de joelhos
e execute,
sem misericórdia,
minha vontade...
Assim, de prazer,
me mate...
terça-feira, outubro 11, 2005
Poro
Depois do banho
que embaça espelhos,
perfumada me vejo,
mas roça o desespero
a necessidade
de suar seu cheiro...
que embaça espelhos,
perfumada me vejo,
mas roça o desespero
a necessidade
de suar seu cheiro...
sábado, outubro 08, 2005
Fomes
Deita e deixa
que eu sirva,
como gueixa,
a pele doce
dos seios,
o calor macio
das coxas
e a umidade
no meio,
saciando
em tua boca,
sem pudor,
nosso desejo...
que eu sirva,
como gueixa,
a pele doce
dos seios,
o calor macio
das coxas
e a umidade
no meio,
saciando
em tua boca,
sem pudor,
nosso desejo...
quarta-feira, outubro 05, 2005
Queimada
Meus internos incêndios
brilham na madrugada
e o coração bombeia lava
em cada uma das veias...
Sua chuva, morna e salgada,
inunda, mas não me salva
das chamas que você cria
depois de cada estiagem...
brilham na madrugada
e o coração bombeia lava
em cada uma das veias...
Sua chuva, morna e salgada,
inunda, mas não me salva
das chamas que você cria
depois de cada estiagem...
terça-feira, outubro 04, 2005
Sob Fogo
Depois da batalha,
vencida pelo cansaço,
nos seios carrego beijos,
como úmidas medalhas...
Nos braços os seus dedos,
desenhados em vermelho,
provam o nosso combate
e, de saudade,
ardem...
vencida pelo cansaço,
nos seios carrego beijos,
como úmidas medalhas...
Nos braços os seus dedos,
desenhados em vermelho,
provam o nosso combate
e, de saudade,
ardem...
sexta-feira, setembro 30, 2005
FêniXXX
Venha soprar minhas brasas,
incendiar minhas vértebras,
até deixar em cinzas
o pássaro do tesão...
E espere, dentro de mim,
mais uma ressurreição...
incendiar minhas vértebras,
até deixar em cinzas
o pássaro do tesão...
E espere, dentro de mim,
mais uma ressurreição...
quinta-feira, setembro 29, 2005
Arena
Somos o ato e a platéia
no amor sem ensaio
que segue a marcação
dos lençóis...
No palco da cama,
brilha a pele
iluminada por velas
e o aplauso é o gemido
que corta nossa voz...
no amor sem ensaio
que segue a marcação
dos lençóis...
No palco da cama,
brilha a pele
iluminada por velas
e o aplauso é o gemido
que corta nossa voz...
terça-feira, setembro 27, 2005
sábado, setembro 24, 2005
sexta-feira, setembro 23, 2005
Comigo
Se você não vem
e nua me vejo,
minha mão busca,
num arremedo da sua,
o dolorido desejo,
até que eu peça
o impensável
e faça, em meu delírio,
a doce festa
dos sentidos...
e nua me vejo,
minha mão busca,
num arremedo da sua,
o dolorido desejo,
até que eu peça
o impensável
e faça, em meu delírio,
a doce festa
dos sentidos...
quinta-feira, setembro 22, 2005
terça-feira, setembro 20, 2005
Revanche
Na pele lisa
das minhas coxas
sinto tua boca,
que segue a trilha
dos arrepios
até brilhar o gosto
onde sou mais doce...
Meu prazer te farta,
molha latejado,
e num gemido rouco
teu nome escapa...
Ouve!
das minhas coxas
sinto tua boca,
que segue a trilha
dos arrepios
até brilhar o gosto
onde sou mais doce...
Meu prazer te farta,
molha latejado,
e num gemido rouco
teu nome escapa...
Ouve!
sexta-feira, setembro 16, 2005
Pele Santa
Sobre seu peito
meus lábios peregrinos
vagam em busca
do prazer prometido,
esquecidos do deserto
que sedenta atravesso,
desejando apenas
no final do caminho
que o leite e o mel
de minha boca
escorram...
meus lábios peregrinos
vagam em busca
do prazer prometido,
esquecidos do deserto
que sedenta atravesso,
desejando apenas
no final do caminho
que o leite e o mel
de minha boca
escorram...
terça-feira, setembro 13, 2005
Manual
Deixa tua mão
ensinar a minha
o movimento
que te alucina...
Aprendo, refaço
e o prazer brilha
entre meus dedos
e na tua retina...
ensinar a minha
o movimento
que te alucina...
Aprendo, refaço
e o prazer brilha
entre meus dedos
e na tua retina...
segunda-feira, setembro 12, 2005
quinta-feira, setembro 08, 2005
Ancestral
Vou reverter a evolução
e me apoiar nas mãos
como em outras eras...
Ser fêmea em cada célula,
no cio que liberta
e no gozo que prende,
profundamente,
sua chuva morna
entre minhas pernas...
e me apoiar nas mãos
como em outras eras...
Ser fêmea em cada célula,
no cio que liberta
e no gozo que prende,
profundamente,
sua chuva morna
entre minhas pernas...
terça-feira, setembro 06, 2005
Teu Curso
Entre tantas
que sabem tanto
sobre tudo,
eu te faço feliz
quando me desnudo
e te olho de frente,
deliciosamente,
tua aprendiz...
que sabem tanto
sobre tudo,
eu te faço feliz
quando me desnudo
e te olho de frente,
deliciosamente,
tua aprendiz...
domingo, setembro 04, 2005
Cetim
Sinto suas mãos
buscando meu corpo
adormecido na neblina
dos lençóis amarrotados...
Tranqüilamente nua,
espero o toque
que me desperta,
criando calor de febre
entre meus pêlos
e estrelas de suor
na minha pele...
buscando meu corpo
adormecido na neblina
dos lençóis amarrotados...
Tranqüilamente nua,
espero o toque
que me desperta,
criando calor de febre
entre meus pêlos
e estrelas de suor
na minha pele...
quinta-feira, setembro 01, 2005
Narciso
Refletidos no meu corpo,
todos os seus sonhos,
e nos meus olhos,
sua imagem duplicada...
Mergulhe em mim
para se encontrar
e, sem pensar em nada,
misture nossas águas...
todos os seus sonhos,
e nos meus olhos,
sua imagem duplicada...
Mergulhe em mim
para se encontrar
e, sem pensar em nada,
misture nossas águas...
quarta-feira, agosto 31, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
domingo, agosto 28, 2005
Pagã
Venha para mim
nas horas esquecidas,
quando dormem as santas,
que não sonham...
Venha para mim
nas horas roubadas,
quando rezam as puras,
que não gozam...
Venha para o amor,
eterna chama,
que arde, à sua espera,
no altar da minha cama...
nas horas esquecidas,
quando dormem as santas,
que não sonham...
Venha para mim
nas horas roubadas,
quando rezam as puras,
que não gozam...
Venha para o amor,
eterna chama,
que arde, à sua espera,
no altar da minha cama...
sábado, agosto 27, 2005
sexta-feira, agosto 26, 2005
Cortesã
Coloque entre meus lábios
a prova da sua vontade...
A mão, na minha nuca,
puxa, mas não machuca...
Assim, ensina o seu jeito,
no ritmo do desejo,
e o seu prazer eu aprendo,
mulher entre seus joelhos,
no mais íntimo dos beijos...
a prova da sua vontade...
A mão, na minha nuca,
puxa, mas não machuca...
Assim, ensina o seu jeito,
no ritmo do desejo,
e o seu prazer eu aprendo,
mulher entre seus joelhos,
no mais íntimo dos beijos...
terça-feira, agosto 23, 2005
sábado, agosto 20, 2005
Beco
Venha para mim
nos cantos mais escuros
e, da forma mais escusa,
me use...
Sem que ninguém veja,
sem que ninguém saiba,
depressa, invada...
Sinta, nos gemidos,
o prazer me consumindo
e jorre, amante atrevido,
no fundo, como eu preciso...
nos cantos mais escuros
e, da forma mais escusa,
me use...
Sem que ninguém veja,
sem que ninguém saiba,
depressa, invada...
Sinta, nos gemidos,
o prazer me consumindo
e jorre, amante atrevido,
no fundo, como eu preciso...
segunda-feira, agosto 15, 2005
Serial
Uma a uma,
mate minhas vontades,
com requintadas
perversões...
E seu corpo condeno,
sem julgamentos,
ao prazer perpétuo
em minhas úmidas
prisões...
mate minhas vontades,
com requintadas
perversões...
E seu corpo condeno,
sem julgamentos,
ao prazer perpétuo
em minhas úmidas
prisões...
sábado, agosto 13, 2005
Poema Ateu
Não creio em astros que nos unam
ou em deuses que nos separem...
O destino dos nossos dias
está escrito por dentro
e sempre se manifesta
no vibrar de cada célula,
quando nossas vozes se calam
e se colam nossas peles...
ou em deuses que nos separem...
O destino dos nossos dias
está escrito por dentro
e sempre se manifesta
no vibrar de cada célula,
quando nossas vozes se calam
e se colam nossas peles...
sexta-feira, agosto 12, 2005
Astral
Saio dos lençóis
e vou ver o sol
aninhado na janela,
como você estava,
entre minhas pernas...
Só mais um beijo,
eu me prometo...
E uma lua desfocada
é a próxima coisa que vejo...
e vou ver o sol
aninhado na janela,
como você estava,
entre minhas pernas...
Só mais um beijo,
eu me prometo...
E uma lua desfocada
é a próxima coisa que vejo...
quinta-feira, agosto 11, 2005
Telefone
Você fala.
E, sem que eu perceba,
minhas mãos vagam e...
O gatilho da sua voz
dispara os movimentos
e os ritmos...
No descontrole do gesto,
descrevo minha cena,
sussurros entrecortados
de cada vontade...
Eu falo.
E, sem que você perceba,
suas mãos vagam e...
E, sem que eu perceba,
minhas mãos vagam e...
O gatilho da sua voz
dispara os movimentos
e os ritmos...
No descontrole do gesto,
descrevo minha cena,
sussurros entrecortados
de cada vontade...
Eu falo.
E, sem que você perceba,
suas mãos vagam e...
terça-feira, agosto 09, 2005
Amém
Todos os dias
meu amor peca,
confessa,
paga penitência,
mas não se arrepende...
Sem culpa
me põe de joelhos
e os pecados,
alegremente,
repete...
meu amor peca,
confessa,
paga penitência,
mas não se arrepende...
Sem culpa
me põe de joelhos
e os pecados,
alegremente,
repete...
segunda-feira, agosto 08, 2005
domingo, agosto 07, 2005
Eros
Até a fronteira da sanidade,
venha.
Além dos limites do meu corpo,
entre.
Quando não houver mais espaço,
force.
Se forçar for impossível,
pare...
Sinta-se prender
na primeira contração
do meu prazer...
Então, brincando de fugir
das minhas amarras,
comigo voe...
venha.
Além dos limites do meu corpo,
entre.
Quando não houver mais espaço,
force.
Se forçar for impossível,
pare...
Sinta-se prender
na primeira contração
do meu prazer...
Então, brincando de fugir
das minhas amarras,
comigo voe...
sábado, agosto 06, 2005
Marinha
Sinto em minhas costas
o calor do seu peito,
o coração que bate
acelerado como o meu...
O mesmo mar olhamos
pela janela ensolarada,
barcos balançando,
ao longe o cais...
Linda paisagem que desaparece
quando o prazer nos toma
e nos abandona
tremulamente verticais...
o calor do seu peito,
o coração que bate
acelerado como o meu...
O mesmo mar olhamos
pela janela ensolarada,
barcos balançando,
ao longe o cais...
Linda paisagem que desaparece
quando o prazer nos toma
e nos abandona
tremulamente verticais...
sexta-feira, agosto 05, 2005
Chiaroscuro
O desejo é claro,
o amor, escuro...
Na profundidade
dos movimentos,
novas dimensões
de prazer...
Escuros quartos,
em claras tardes,
vontades várias
realizadas...
Luz e sombra,
secretamente,
você e eu,
sempre...
o amor, escuro...
Na profundidade
dos movimentos,
novas dimensões
de prazer...
Escuros quartos,
em claras tardes,
vontades várias
realizadas...
Luz e sombra,
secretamente,
você e eu,
sempre...
quarta-feira, agosto 03, 2005
terça-feira, agosto 02, 2005
Gourmet
Em minha boca guardo
os sabores misturados
do beijo que trocamos
depois dos beijos
mais profanos...
os sabores misturados
do beijo que trocamos
depois dos beijos
mais profanos...
segunda-feira, agosto 01, 2005
Torre
Eu me rendo à sua invasão.
Desejo os repetidos saques,
os alucinantes incêndios...
Quero que tome o que não for dado
e destrua o que for antigo...
Então quando o passado
for apenas terra devastada,
construa sobre as ruínas,
redesenhada e colorida,
sua nova morada
e, em mim, viva...
Desejo os repetidos saques,
os alucinantes incêndios...
Quero que tome o que não for dado
e destrua o que for antigo...
Então quando o passado
for apenas terra devastada,
construa sobre as ruínas,
redesenhada e colorida,
sua nova morada
e, em mim, viva...
sábado, julho 30, 2005
Estelar
As marcas que você deixa,
depois das nossas tardes,
desenham no meu corpo
o caminho das suas vontades...
Mapa das minhas rotas,
constelação azulada,
guia dos seus beijos,
que brilha no meu espelho
quando volto para casa...
depois das nossas tardes,
desenham no meu corpo
o caminho das suas vontades...
Mapa das minhas rotas,
constelação azulada,
guia dos seus beijos,
que brilha no meu espelho
quando volto para casa...
sexta-feira, julho 29, 2005
Closet
Seu corpo é minha roupa,
seu cheiro, meu perfume,
no espelho dos seus olhos
estou bonita assim...
Seguro sua mão,
está na hora...
Estou pronta pra sair
de mim...
seu cheiro, meu perfume,
no espelho dos seus olhos
estou bonita assim...
Seguro sua mão,
está na hora...
Estou pronta pra sair
de mim...
quarta-feira, julho 27, 2005
Café na Cama
Acordo cedo
e toco seu corpo,
a boca faminta
pelo seu gosto...
Então sinto,
já disposto,
seu desejo
roçar meu rosto...
Assim alimento,
no começo do dia,
o corpo, a alma
e a fantasia...
e toco seu corpo,
a boca faminta
pelo seu gosto...
Então sinto,
já disposto,
seu desejo
roçar meu rosto...
Assim alimento,
no começo do dia,
o corpo, a alma
e a fantasia...
terça-feira, julho 26, 2005
Quatro Horas
Quando desse jeito
você me vira,
seu perfume sinto
no travesseiro...
Fecho os olhos,
se você suspira
e juro que posso,
no meio da tarde,
tocar as estrelas...
você me vira,
seu perfume sinto
no travesseiro...
Fecho os olhos,
se você suspira
e juro que posso,
no meio da tarde,
tocar as estrelas...
Estréia
O improviso do beijo
invadido pela mordida...
Gemidos que cortam
o roteiro das palavras...
O descontrole do gozo
no primeiro ato...
Depois, cena fechada,
na coxia entre as coxas,
bis*!
*Obrigada pela palavra.
invadido pela mordida...
Gemidos que cortam
o roteiro das palavras...
O descontrole do gozo
no primeiro ato...
Depois, cena fechada,
na coxia entre as coxas,
bis*!
*Obrigada pela palavra.
sábado, julho 23, 2005
Muro
Nos meus seios,
seus dentes desenhados
e a ilegível pichação
da sua barba...
Mais embaixo,
escorre,
lentamente,
a tinta clara
do seu prazer
me assinando...
seus dentes desenhados
e a ilegível pichação
da sua barba...
Mais embaixo,
escorre,
lentamente,
a tinta clara
do seu prazer
me assinando...
sexta-feira, julho 22, 2005
quinta-feira, julho 21, 2005
Box
Com meu amor,
banhos perfumados...
Pecado entre água
e sabão...
Vapor flutuando no teto,
desejo molhado e ereto,
meu corpo ajoelhado no chão...
banhos perfumados...
Pecado entre água
e sabão...
Vapor flutuando no teto,
desejo molhado e ereto,
meu corpo ajoelhado no chão...
terça-feira, julho 19, 2005
Da vida
De madrugada, na cama,
quando o homem que me ama
troca meu nome por nomes,
eu me viro, sem medo,
e viro mulher da vida,
mulher da vida dele...
quando o homem que me ama
troca meu nome por nomes,
eu me viro, sem medo,
e viro mulher da vida,
mulher da vida dele...
Rosa
A única flor que enfeita
o nosso amor,
em segredo,
é a que no meu corpo
se abre,
sob seus dedos
e beijos...
o nosso amor,
em segredo,
é a que no meu corpo
se abre,
sob seus dedos
e beijos...
segunda-feira, julho 18, 2005
Bolena
Talvez eu não seja
mulher para mil dias...
Talvez seja amante
de algumas horas apenas...
Não importa...
Encosta,
diz que me adora...
Adoro!
mulher para mil dias...
Talvez seja amante
de algumas horas apenas...
Não importa...
Encosta,
diz que me adora...
Adoro!
Saída
Fecho a porta, devagar,
mal me equilibro nos saltos...
Pernas bambas
e nas coxas
as marcas da sua barba...
mal me equilibro nos saltos...
Pernas bambas
e nas coxas
as marcas da sua barba...
Cena
Quero,
de olhos abertos,
esperar...
E, olhando você,
gozar...
Então ver
o seu prazer,
olho no olho, assim,
fora de você,
dentro de mim...
de olhos abertos,
esperar...
E, olhando você,
gozar...
Então ver
o seu prazer,
olho no olho, assim,
fora de você,
dentro de mim...
Ar
O prazer que desejo
flutua no impreciso segundo,
entre o movimento e o gozo,
quando antes do mergulho
somos o ar um do outro...
flutua no impreciso segundo,
entre o movimento e o gozo,
quando antes do mergulho
somos o ar um do outro...
sábado, julho 16, 2005
sexta-feira, julho 15, 2005
Aladim
Não discuto mais
com meu corpo...
Não resisto mais
aos meus desejos,
nem aos seus...
Se você esfrega,
meu amor,
eu apenas brilho...
Feliz!
com meu corpo...
Não resisto mais
aos meus desejos,
nem aos seus...
Se você esfrega,
meu amor,
eu apenas brilho...
Feliz!
Opium
Estou dependente
de uma droga íntima
chamada desejo.
Faço tráfico dela
pelos becos do meu corpo
para manter meu vício
até a overdose,
quando mato a vontade
e, de prazer,
morro...
de uma droga íntima
chamada desejo.
Faço tráfico dela
pelos becos do meu corpo
para manter meu vício
até a overdose,
quando mato a vontade
e, de prazer,
morro...
Dias
Ontem,
o mesmo quarto,
a mesma cama,
cabeças num só travesseiro
e um só desejo...
Hoje,
o mesmo sol aquece
nosso único sonho
e ilumina
nossos diversos dias...
Enquanto isso,
mora em mim
a espera úmida
pelo amanhã...
o mesmo quarto,
a mesma cama,
cabeças num só travesseiro
e um só desejo...
Hoje,
o mesmo sol aquece
nosso único sonho
e ilumina
nossos diversos dias...
Enquanto isso,
mora em mim
a espera úmida
pelo amanhã...
quinta-feira, julho 14, 2005
Minha Hora
Estou obcecada pelo tempo.
Quero libertá-lo dos relógios
e prendê-lo ao meu desejo...
Só quero que as horas passem
quando passar minha vontade,
quando tiver beijado
o último beijo,
sentido a última vertigem,
antes de mergulhar
no prazer do amor...
Chega dessa revoada de horas,
desse chegar já indo embora...
E se o tempo não puder parar,
de cada momento
vou viver a eternidade,
serei amante absoluta
acima do tempo
relativo...
Quero libertá-lo dos relógios
e prendê-lo ao meu desejo...
Só quero que as horas passem
quando passar minha vontade,
quando tiver beijado
o último beijo,
sentido a última vertigem,
antes de mergulhar
no prazer do amor...
Chega dessa revoada de horas,
desse chegar já indo embora...
E se o tempo não puder parar,
de cada momento
vou viver a eternidade,
serei amante absoluta
acima do tempo
relativo...
quarta-feira, julho 13, 2005
Chamada Oral
Não existe nada
mais sincero
do que teu desejo
entre meus dedos...
Não preciso das palavras,
basta o que vejo...
Beijo...
E quando olho,
assim de perto,
como resposta,
meu corpo molha,
inteiro...
Beija!
mais sincero
do que teu desejo
entre meus dedos...
Não preciso das palavras,
basta o que vejo...
Beijo...
E quando olho,
assim de perto,
como resposta,
meu corpo molha,
inteiro...
Beija!
Corredor
Quando você chega,
o resto da vida fica pelo meio...
Trabalho que não se faz...
Livros que nunca leio...
Nosso desejo é sem fim
e nenhum de nós reclama,
se nos amamos assim
entre a porta e a cama...
o resto da vida fica pelo meio...
Trabalho que não se faz...
Livros que nunca leio...
Nosso desejo é sem fim
e nenhum de nós reclama,
se nos amamos assim
entre a porta e a cama...
domingo, julho 10, 2005
Campo
Pra que eu floresça,
semeie o sulco e o umedeça
com suas sibilantes águas:
saliva, suor e sêmen.
Sempre.
semeie o sulco e o umedeça
com suas sibilantes águas:
saliva, suor e sêmen.
Sempre.
Tela
Ah, o vício de todas as noites,
quando nos visitamos,
vestindo as melhores palavras,
num domingo que não termina...
Ah, o desejo de todas as horas,
quando nos entregamos,
despidos de todo o senso,
no canto do quarto uma pilha
de gemidos obcenos...
Ah, esse amor sem tempo,
sem casa, sem cama...
E, ainda assim,
eu amo,
você ama,
eu chamo
e você vem!
quando nos visitamos,
vestindo as melhores palavras,
num domingo que não termina...
Ah, o desejo de todas as horas,
quando nos entregamos,
despidos de todo o senso,
no canto do quarto uma pilha
de gemidos obcenos...
Ah, esse amor sem tempo,
sem casa, sem cama...
E, ainda assim,
eu amo,
você ama,
eu chamo
e você vem!
Fêmea
Queria mais lirismo
no meu delírio,
mas tenho fome de você.
O desejo aperta minha garganta
e a obcenidade do que digo
cai muito bem nos seus ouvidos...
Queria uma poesia mais doce,
um verso mais limpo,
mas só posso falar do que sinto,
do instinto profundamente feminino
de partilhar vontades
e líquidos...
no meu delírio,
mas tenho fome de você.
O desejo aperta minha garganta
e a obcenidade do que digo
cai muito bem nos seus ouvidos...
Queria uma poesia mais doce,
um verso mais limpo,
mas só posso falar do que sinto,
do instinto profundamente feminino
de partilhar vontades
e líquidos...
sábado, julho 09, 2005
Só Pra Você
Porque o dia é nove,
como os nove dias da reza,
os nove meses da vida,
nove, metade do nosso desejo,
eu quero,
novamente.
como os nove dias da reza,
os nove meses da vida,
nove, metade do nosso desejo,
eu quero,
novamente.
sexta-feira, julho 08, 2005
Mão
O prazer a que me entrego,
na solidão da noite escura,
é só um alívio fugaz,
quando meu corpo contrai
e, em vão, seu corpo procura...
na solidão da noite escura,
é só um alívio fugaz,
quando meu corpo contrai
e, em vão, seu corpo procura...
Arfante
Olha,
vou ficar calada...
Chega de palavras
na minha boca...
Na minha boca
só os teus sabores,
só os teus sabores...
Todos!
vou ficar calada...
Chega de palavras
na minha boca...
Na minha boca
só os teus sabores,
só os teus sabores...
Todos!
Quarto de Espera
Eu me preparo,
todos os dias,
para o dia.
E me arrumo,
todas as noites,
para a noite.
Queimo por nós dois...
Relógio de amante
não marca hora
nem minuto,
nosso tempo
é sempre
depois...
todos os dias,
para o dia.
E me arrumo,
todas as noites,
para a noite.
Queimo por nós dois...
Relógio de amante
não marca hora
nem minuto,
nosso tempo
é sempre
depois...
quarta-feira, julho 06, 2005
X-Rated
No meio da vida,
no meio das tardes,
no meio das pernas,
sem meias palavras
pulsa o desejo
que me dobra ao meio...
Venha...
Inteiro...
no meio das tardes,
no meio das pernas,
sem meias palavras
pulsa o desejo
que me dobra ao meio...
Venha...
Inteiro...
terça-feira, julho 05, 2005
Ilícita
Não deixo retrato
que me revele,
mas fica o cheiro
na fronha,
pra você me desejar
enquanto sonha...
que me revele,
mas fica o cheiro
na fronha,
pra você me desejar
enquanto sonha...
segunda-feira, julho 04, 2005
domingo, julho 03, 2005
Crua
Hoje meu desejo está sem poesia.
É pele que arrepia,
boca que seca,
sexo que molha,
olha...
Preciso de você...
Quero ser sua,
sem mais demora.
Depois pode
me mandar embora...
É pele que arrepia,
boca que seca,
sexo que molha,
olha...
Preciso de você...
Quero ser sua,
sem mais demora.
Depois pode
me mandar embora...
sábado, julho 02, 2005
Reserva
Crie um movimento
e invada meu corpo...
Com estradas abertas
e queimadas,
com mudança de clima
e erosão...
Quero em mim
suas áreas demarcadas,
mas sem preservação...
e invada meu corpo...
Com estradas abertas
e queimadas,
com mudança de clima
e erosão...
Quero em mim
suas áreas demarcadas,
mas sem preservação...
sexta-feira, julho 01, 2005
quinta-feira, junho 30, 2005
Abraço
Esse misturar de cheiros,
meus poros, teus pêlos,
meu suspiro e teu aperto...
Ai, esse roçar sem pressa,
essa falta de conversa,
uma confusão de dedos,
carícias nos cabelos
e beijos...
É meio abraço,
meio amasso,
e a meio passo nos deixa
do prazer inteiro...
meus poros, teus pêlos,
meu suspiro e teu aperto...
Ai, esse roçar sem pressa,
essa falta de conversa,
uma confusão de dedos,
carícias nos cabelos
e beijos...
É meio abraço,
meio amasso,
e a meio passo nos deixa
do prazer inteiro...
quarta-feira, junho 29, 2005
terça-feira, junho 28, 2005
Poder
(a quatro mãos... )
Quando nos amamos
o mundo pára...
Em pleno inverno
ardemos como no verão...
Para tanto prazer, meu amor,
eu paro o tempo
e, para nossa febre,
você muda a estação...
Quando nos amamos
o mundo pára...
Em pleno inverno
ardemos como no verão...
Para tanto prazer, meu amor,
eu paro o tempo
e, para nossa febre,
você muda a estação...
segunda-feira, junho 27, 2005
Inaugural
Quero o primeiro olhar,
o primeiro toque,
o primeiro beijo,
abraço, som.
Quero o primeiro riso,
a primeira lágrima,
o primeiro gozo
depois da primeira
penetração.
Quero o amor original,
que, não sendo o primeiro,
é, a sua maneira, inaugural...
o primeiro toque,
o primeiro beijo,
abraço, som.
Quero o primeiro riso,
a primeira lágrima,
o primeiro gozo
depois da primeira
penetração.
Quero o amor original,
que, não sendo o primeiro,
é, a sua maneira, inaugural...
domingo, junho 26, 2005
Imagem
Gosto tanto de olhar
o encontro das nossas peles
que quero um quarto de espelhos
onde as suas carícias
se tornem infinitas
nas minhas retinas.
o encontro das nossas peles
que quero um quarto de espelhos
onde as suas carícias
se tornem infinitas
nas minhas retinas.
Mar da Tranqüilidade
Mesmo de dia
minha lua brilha,
iluminada pelo prazer
compartilhado
e pela certeza,
feita de palavras,
de que é possível
ter sem prender
e amar
sem outra finalidade
que não seja o amor
absoluto.
minha lua brilha,
iluminada pelo prazer
compartilhado
e pela certeza,
feita de palavras,
de que é possível
ter sem prender
e amar
sem outra finalidade
que não seja o amor
absoluto.
sexta-feira, junho 24, 2005
quinta-feira, junho 23, 2005
quarta-feira, junho 22, 2005
Sem escalas
Nada entre nós,
nem o ar...
Coloca teu gemido
na minha boca
e no meu corpo,
em jorro,
despeja o gozo...
Nada entre nós,
nem a vida,
nem o tempo,
só o amor
e seus extremos...
nem o ar...
Coloca teu gemido
na minha boca
e no meu corpo,
em jorro,
despeja o gozo...
Nada entre nós,
nem a vida,
nem o tempo,
só o amor
e seus extremos...
Vapor
Nessas noites atravessadas
pelo amor de fazer amor,
é na festa dos nossos banhos
que a pressa dos nossos sonhos
nos atropela, nos extenua
e nos deixa adormecer...
pelo amor de fazer amor,
é na festa dos nossos banhos
que a pressa dos nossos sonhos
nos atropela, nos extenua
e nos deixa adormecer...
terça-feira, junho 21, 2005
Conto de Mulher
Quero o homem que amo,
suas coragens, seus medos...
Não busco príncipe encantado
e suas certezas...
Sou mulher apaixonada, só isso...
Nunca fui princesa...
suas coragens, seus medos...
Não busco príncipe encantado
e suas certezas...
Sou mulher apaixonada, só isso...
Nunca fui princesa...
Permitido Prazer Proibido
Quando meu amor me quer diferente,
tudo o que sou é dele, sem receio...
O olhar de frente, sincero,
a mão no seio, à espera,
minha poesia
e meu verso...
tudo o que sou é dele, sem receio...
O olhar de frente, sincero,
a mão no seio, à espera,
minha poesia
e meu verso...
Rendição
Parece que atravessei a vida
para chegar aqui,
sob seu corpo, sem luta:
quando o círculo do amor se fecha,
com um beijo que nos tumultua,
o desejo arrepia a pele
em sua forma mais pura,
de novo você é meu
e novamente sou sua.
para chegar aqui,
sob seu corpo, sem luta:
quando o círculo do amor se fecha,
com um beijo que nos tumultua,
o desejo arrepia a pele
em sua forma mais pura,
de novo você é meu
e novamente sou sua.
sábado, junho 18, 2005
Entrega
Saí dos seus braços
para os braços do dia
que nascia
azul.
Todas as fronteiras
do amor ultrapassadas...
E o corpo livre
de norte
a sul...
para os braços do dia
que nascia
azul.
Todas as fronteiras
do amor ultrapassadas...
E o corpo livre
de norte
a sul...
sexta-feira, junho 17, 2005
Embarque
Minha força de vontade é patética
diante do meu desejo absoluto,
que me desmancha em líquidos -
lágrima, suor e o mais íntimo...
Então me vejo,
inevitavelmente horizontal,
a sua espera...
Olhos vidrados,
alma vadia
e achando tudo muito,
muito natural...
diante do meu desejo absoluto,
que me desmancha em líquidos -
lágrima, suor e o mais íntimo...
Então me vejo,
inevitavelmente horizontal,
a sua espera...
Olhos vidrados,
alma vadia
e achando tudo muito,
muito natural...
quinta-feira, junho 16, 2005
terça-feira, junho 14, 2005
Borda
Todas as noites
caminho pelo seu corpo,
tentando chegar à fronteira
entre o desejo e a sanidade...
E quanto mais longe o amor me leva,
mais fora do meu alcance está o limite...
Então sorrio e me perco, repetidamente,
sem a menor vontade de me encontrar...
caminho pelo seu corpo,
tentando chegar à fronteira
entre o desejo e a sanidade...
E quanto mais longe o amor me leva,
mais fora do meu alcance está o limite...
Então sorrio e me perco, repetidamente,
sem a menor vontade de me encontrar...
Livre
Arrependimentos são mil âncoras
fundeando um navio cargueiro
repleto de amarguras...
Prefiro ser veleiro,
ao sabor do vento,
em suas águas escuras...
fundeando um navio cargueiro
repleto de amarguras...
Prefiro ser veleiro,
ao sabor do vento,
em suas águas escuras...
segunda-feira, junho 13, 2005
Itália
Outono de todos os frutos...
A colheita das uvas plenas,
o suco e o tempo, o vinho...
Na umidade escura das adegas,
o silêncio...
Na umidade escura do meu sexo,
o seu desejo
e nossa eterna embriaguez...
Que venham o inverno
e seus aconchegos...
Eu espero!
A colheita das uvas plenas,
o suco e o tempo, o vinho...
Na umidade escura das adegas,
o silêncio...
Na umidade escura do meu sexo,
o seu desejo
e nossa eterna embriaguez...
Que venham o inverno
e seus aconchegos...
Eu espero!
domingo, junho 12, 2005
Sinfonia
Meu amor permanece no tempo,
mas muda na forma todos os dias.
Da pressa alucinada das primeiras horas
ao refinamento das esperas prolongadas...
Som de gemido,
silêncio de gozo,
sorriso na boca e
sangue nos ouvidos,
retumbando...
O meu amor é como a música
e seus movimentos...
Adàgio...
Andante...
Allegro...
Depois, paz.
mas muda na forma todos os dias.
Da pressa alucinada das primeiras horas
ao refinamento das esperas prolongadas...
Som de gemido,
silêncio de gozo,
sorriso na boca e
sangue nos ouvidos,
retumbando...
O meu amor é como a música
e seus movimentos...
Adàgio...
Andante...
Allegro...
Depois, paz.
sábado, junho 11, 2005
Todas
Em mim moram tantas mulheres...
A quase donzela,
a amante apaixonada,
a puta, a esposa,
a namorada...
Todas elas eu sou,
e mais aquela
a sua espera...
Venha,
inicie,
ame,
pague,
more
e namore,
eu quero...
Porque cada mulher é parte
de mim..
E todas querem ser tudo
pra você...
A quase donzela,
a amante apaixonada,
a puta, a esposa,
a namorada...
Todas elas eu sou,
e mais aquela
a sua espera...
Venha,
inicie,
ame,
pague,
more
e namore,
eu quero...
Porque cada mulher é parte
de mim..
E todas querem ser tudo
pra você...
sexta-feira, junho 10, 2005
quinta-feira, junho 09, 2005
terça-feira, junho 07, 2005
Cenário
Para o nosso amor bem feito,
um pouco de cada coisa...
Cama limpa,
mesa posta,
vinho tinto,
uma rosa...
Música,
poesia,
carinho,
banho juntos,
desejo
e prosa...
Meus obcenos abraços,
seus beijos de uma hora,
sol invadindo a janela
e chave trancando a porta...
um pouco de cada coisa...
Cama limpa,
mesa posta,
vinho tinto,
uma rosa...
Música,
poesia,
carinho,
banho juntos,
desejo
e prosa...
Meus obcenos abraços,
seus beijos de uma hora,
sol invadindo a janela
e chave trancando a porta...
segunda-feira, junho 06, 2005
domingo, junho 05, 2005
Mudança
Largo meu corpo sobre o seu
e espero o ar que me falta,
a voz que me falha,
a alma que se foi
pra dentro do seu corpo...
Um dia, quem sabe,
eles voltam...
e espero o ar que me falta,
a voz que me falha,
a alma que se foi
pra dentro do seu corpo...
Um dia, quem sabe,
eles voltam...
Nirvana
Não penso mais no amor,
nem o procuro.
Não sonho mais com o amor,
nem com seu futuro.
Não tento entender o amor,
nem o analiso.
Não faço do amor inferno,
nem paraíso.
Eu amo.
Só isso.
nem o procuro.
Não sonho mais com o amor,
nem com seu futuro.
Não tento entender o amor,
nem o analiso.
Não faço do amor inferno,
nem paraíso.
Eu amo.
Só isso.
sábado, junho 04, 2005
Caso
Depois do prazer
que você me dá,
mesmo à sombra
do nosso segredo,
no fogo do seu olhar,
eu brilho...
que você me dá,
mesmo à sombra
do nosso segredo,
no fogo do seu olhar,
eu brilho...
Água
Meu maior desejo hoje
foi ser dona do mar
para colocar a seus pés
água,
areia,
concha,
sal...
Como sou dona apenas
desse amor sem limite
me faço seu oceano
e espero seu mergulho.
foi ser dona do mar
para colocar a seus pés
água,
areia,
concha,
sal...
Como sou dona apenas
desse amor sem limite
me faço seu oceano
e espero seu mergulho.
Úmida
Exausta pelo amor das nossas almas,
sonhando com o amor dos nossos corpos,
dormi como se em seus braços estivesse
e acordei com seus perfumes dentro...
sonhando com o amor dos nossos corpos,
dormi como se em seus braços estivesse
e acordei com seus perfumes dentro...
sexta-feira, junho 03, 2005
Condão
Amor inesperado,
já é alta madrugada...
Vamos fazer nossa mágica?
Palavras, virem gemidos...
Gemidos, virem sussurros...
Tornem-se os sons do desejo
a respiração de quem goza,
em completo descontrole...
Amor desesperado,
escuta quem te chama...
Vem ser feliz em mim,
Vem assim...
Deita aqui do meu lado,
vamos incendiar nossa cama...
já é alta madrugada...
Vamos fazer nossa mágica?
Palavras, virem gemidos...
Gemidos, virem sussurros...
Tornem-se os sons do desejo
a respiração de quem goza,
em completo descontrole...
Amor desesperado,
escuta quem te chama...
Vem ser feliz em mim,
Vem assim...
Deita aqui do meu lado,
vamos incendiar nossa cama...
quinta-feira, junho 02, 2005
quarta-feira, junho 01, 2005
Lente
Nada há de escapar
ao meu olhar.
O contorno da sua boca,
o movimento dos seus dedos,
suas alegrias
e medos...
A cor do seu cabelo,
seu jeito de andar,
o modo como a luz
incide e desenha
seu desejo...
Nada há de passar despercebido,
o som do seu gemido,
o calor da pele,
o poro,
a célula...
O formato da unha,
a curvatura do pé,
a calma do seu sono,
o brilho do seu prazer,
seu gosto,
seu cheiro,
tudo o que você é...
O meu amor é minucioso,
abusado,
curioso,
escancarado...
Para conhecer você,
meu homem,
nasci sua mulher...
ao meu olhar.
O contorno da sua boca,
o movimento dos seus dedos,
suas alegrias
e medos...
A cor do seu cabelo,
seu jeito de andar,
o modo como a luz
incide e desenha
seu desejo...
Nada há de passar despercebido,
o som do seu gemido,
o calor da pele,
o poro,
a célula...
O formato da unha,
a curvatura do pé,
a calma do seu sono,
o brilho do seu prazer,
seu gosto,
seu cheiro,
tudo o que você é...
O meu amor é minucioso,
abusado,
curioso,
escancarado...
Para conhecer você,
meu homem,
nasci sua mulher...
Obceninha
Tanto quanto o prazer do corpo,
quero te dar o sorriso inesperado,
uma ponta de saudade
e desejos de pecado.
Quero te dar cada minuto
de cada hora
de cada dia
de cada ano
de cada década...
Quero te dar o tempo!
O céu que vi,
a Lua que vejo
entre nuvens rasgadas
e o meu amor.
Meu amor, quero te dar...
quero te dar o sorriso inesperado,
uma ponta de saudade
e desejos de pecado.
Quero te dar cada minuto
de cada hora
de cada dia
de cada ano
de cada década...
Quero te dar o tempo!
O céu que vi,
a Lua que vejo
entre nuvens rasgadas
e o meu amor.
Meu amor, quero te dar...
terça-feira, maio 31, 2005
Sua
Pra você o perfume,
o gesto, o traço,
o movimento das pernas,
o jeito de olhar as telas,
o abraço.
Pra você o beijo,
os peixes, os seixos,
o fogo do meu desejo,
o que você pede e eu deixo...
Pra você o som,
o sol, a pressa,
o riso cortando a conversa,
o sexo.
Pra você a mão,
a boca
e o resto...
o gesto, o traço,
o movimento das pernas,
o jeito de olhar as telas,
o abraço.
Pra você o beijo,
os peixes, os seixos,
o fogo do meu desejo,
o que você pede e eu deixo...
Pra você o som,
o sol, a pressa,
o riso cortando a conversa,
o sexo.
Pra você a mão,
a boca
e o resto...
Zen
Fico olhando você viver
sua vida longe de mim
e espero, tranqüila...
Porque sei que todas as noites
você virá assim...
Andando como se corresse,
correndo como se voasse,
voando como um passarinho
para o calor do meu ninho...
sua vida longe de mim
e espero, tranqüila...
Porque sei que todas as noites
você virá assim...
Andando como se corresse,
correndo como se voasse,
voando como um passarinho
para o calor do meu ninho...
segunda-feira, maio 30, 2005
domingo, maio 29, 2005
Querer
Não quero nada.
Nem mar,
nem Lua...
Deixa a luz das velas,
deixa a tinta nas telas...
Bloco, caneta, verso
por nada disso
me interesso...
Dia, noite, madrugada,
almoço, jantar ou café...
Não quero nada,
nem Deus...
Quero só o tempo que você
me deve,
uma hora, um minuto,
ainda que breve...
Deixo o resto do mundo
para os passarinhos...
O que eu quero?
Nós dois,
sozinhos...
Nem mar,
nem Lua...
Deixa a luz das velas,
deixa a tinta nas telas...
Bloco, caneta, verso
por nada disso
me interesso...
Dia, noite, madrugada,
almoço, jantar ou café...
Não quero nada,
nem Deus...
Quero só o tempo que você
me deve,
uma hora, um minuto,
ainda que breve...
Deixo o resto do mundo
para os passarinhos...
O que eu quero?
Nós dois,
sozinhos...
Medo
Quero ser sua
pra descobrir que estou enganada...
Que não pode ser assim tão bom,
que você não é quem eu penso...
Quero ser sua
pra confirmar que é péssimo,
que somos errados juntos,
que somos falhos...
Quero ser sua
por todos os motivos
que me livrem desse desejo,
que me façam partir
sem me voltar...
Porque essa perfeição de alma,
esse jeito de corpo,
esse riso bobo,
tudo isso e mais
precisa terminar...
Não tem vida suficiente,
pra eu amar você,
se tudo isso for verdade...
pra descobrir que estou enganada...
Que não pode ser assim tão bom,
que você não é quem eu penso...
Quero ser sua
pra confirmar que é péssimo,
que somos errados juntos,
que somos falhos...
Quero ser sua
por todos os motivos
que me livrem desse desejo,
que me façam partir
sem me voltar...
Porque essa perfeição de alma,
esse jeito de corpo,
esse riso bobo,
tudo isso e mais
precisa terminar...
Não tem vida suficiente,
pra eu amar você,
se tudo isso for verdade...
sábado, maio 28, 2005
Lamento
Deixa o tempo passar...
Deixa o tempo...
Deixa...
Que uma hora
há de ser passado
esse nosso presente
desesperado
e sem futuro...
Deixa o tempo trabalhar
silencioso e constante
para acalmar nosso encontro
barulhento e eventual...
Deixa a vida correr...
Deixa a vida...
Deixa...
Que um dia desses,
uma noite dessas,
vamos parar de sonhar
nossos sonhos iguais,
para querer mais
realidade,
possibilidade,
paz...
Deixa tudo,
mas não me deixa...
Não agora...
Não ainda...
Ainda espero...
Vem...
Deixa o tempo...
Deixa...
Que uma hora
há de ser passado
esse nosso presente
desesperado
e sem futuro...
Deixa o tempo trabalhar
silencioso e constante
para acalmar nosso encontro
barulhento e eventual...
Deixa a vida correr...
Deixa a vida...
Deixa...
Que um dia desses,
uma noite dessas,
vamos parar de sonhar
nossos sonhos iguais,
para querer mais
realidade,
possibilidade,
paz...
Deixa tudo,
mas não me deixa...
Não agora...
Não ainda...
Ainda espero...
Vem...
Uso
Escuta...
A voz do meu desejo te chamando...
Vem...
Meu corpo não suporta roupa
quando te espero assim...
Olha...
O arrepio brotando na minha pele
e o suor brilhando...
Toca...
Minha boca machucada
de mordida que dei
desejando seu beijo...
Cura...
Essa dependência,
essa fome,
essa loucura...
Beija...
Meu seio, meu sexo, minha alma...
Toma...
O que é teu sem pedir,
me consome e vai embora...
Que agora eu preciso dormir...
A voz do meu desejo te chamando...
Vem...
Meu corpo não suporta roupa
quando te espero assim...
Olha...
O arrepio brotando na minha pele
e o suor brilhando...
Toca...
Minha boca machucada
de mordida que dei
desejando seu beijo...
Cura...
Essa dependência,
essa fome,
essa loucura...
Beija...
Meu seio, meu sexo, minha alma...
Toma...
O que é teu sem pedir,
me consome e vai embora...
Que agora eu preciso dormir...
Sob domínio
Ela estava parada na calçada.
Não esperava nada, exceto talvez um bendito táxi que a tirasse daquele friozinho inesperado e a levasse para o costumeiro frio de sua casa. Ergueu a cabeça para respirar porque ultimamente parecia que o ar era insuficiente, rarefeito como em grandes altitudes, o que era um paradoxo uma vez que a sensação era de estar num buraco fundo...
Foi no movimento lento de baixar a cabeça que ela o viu, parado do outro lado da rua, esperando um táxi, talvez? Não. Mais parecia que ele esperava que ela o visse, tal a maneira fixa como a encarava por sobre os carros parados no congestionamento da rua boêmia.
Ela queria desviar o olhar, condicionada por uma educação fora de época, queria erguer um escudo, uma muralha, uma fortaleza onde ficasse imune ao que pressentia no olhar dele. Não conseguiu. Ele, imóvel, apenas esperava.
Os olhos... Os olhos presos a ela, como se reféns do mesmo sentimento inexplicável. Como se fossem íntimos desconhecidos. Ao redor deles o burburinho aumentava com o avanço dos minutos. Algumas pessoas estranhavam a mulher parada, outras reclamavam passagem. Ela não percebia nada. Só sentia que a espera tinha terminado. Não queria mais o bendito táxi. Não sentia mais frio. Sentia a face quente como se febril.
Ele deu um passo para a rua. Buzinas. O passo firme o trouxe pela correnteza de carros. O olhar nela. E a rua sendo atravessada devagar. E os olhos nela, sempre.
O único movimento dela era aquele respirar sofrido, que fazia o peito subir e descer depressa. Via a aproximação dele indefesa, ou melhor, sem querer se defender. Poderia ter andado para longe. Poderia ter corrido. Gritado. Desaparecido na multidão. Não fez nada. Queria atravessar a metade da rua que faltava para estar com ele.
Perto. Tão perto ele estava que o perfume que usava invadiu os pulmões dela, e, de repente, o ar era bom de novo. Tão perto que o perfume dela arrepiou os pêlos dele. Eles se respiravam.
Os olhos deles agora se buscavam, querendo ver a alma. Ela viu o medo dele, que também era o dela. Ele viu a solidão dela, a mesma solidão que dormia com ele todas as noites.
Sem sequer notarem as mãos se tocaram, se enroscaram, se prenderam com força, os dedos ficando brancos, ligeiramente doloridos.
Ela abriu os lábios, como se fosse dizer algo. Ele engoliu em seco e sorriu. Ela não disse nada, ficou olhando aquele sorriso subir para os olhos dele, o que o fez parecer menino. E ela teve que sorrir também, um pouco tímida, um pouco moleca como há muito não se sentia.
E os dois deram o primeiro passo juntos. E o segundo... Sabiam para onde estavam indo, finalmente. O caminho brilhava com neon e desejo à frente deles.
Uma porta. Paredes. O barulho lá fora, distante. E dentro o barulho de beijos e roupas jogadas no chão naquele quarto simples, barato, testemunha de outros amores, alguns sinceros, outros pagos.
E o desejo vinha em ondas. O corpo dele vinha em ondas dentro dela. E o corpo dela o recebia com uma vontade que parecia não ter fim. E não tinha.
O prazer independia do gozo, mas o gozo veio. Entre gemidos e suor. E pele ardendo e lençol molhado. E corações batendo, batendo, batendo... O sangue pulsando nos ouvidos, um zunido...
Não esperava nada, exceto talvez um bendito táxi que a tirasse daquele friozinho inesperado e a levasse para o costumeiro frio de sua casa. Ergueu a cabeça para respirar porque ultimamente parecia que o ar era insuficiente, rarefeito como em grandes altitudes, o que era um paradoxo uma vez que a sensação era de estar num buraco fundo...
Foi no movimento lento de baixar a cabeça que ela o viu, parado do outro lado da rua, esperando um táxi, talvez? Não. Mais parecia que ele esperava que ela o visse, tal a maneira fixa como a encarava por sobre os carros parados no congestionamento da rua boêmia.
Ela queria desviar o olhar, condicionada por uma educação fora de época, queria erguer um escudo, uma muralha, uma fortaleza onde ficasse imune ao que pressentia no olhar dele. Não conseguiu. Ele, imóvel, apenas esperava.
Os olhos... Os olhos presos a ela, como se reféns do mesmo sentimento inexplicável. Como se fossem íntimos desconhecidos. Ao redor deles o burburinho aumentava com o avanço dos minutos. Algumas pessoas estranhavam a mulher parada, outras reclamavam passagem. Ela não percebia nada. Só sentia que a espera tinha terminado. Não queria mais o bendito táxi. Não sentia mais frio. Sentia a face quente como se febril.
Ele deu um passo para a rua. Buzinas. O passo firme o trouxe pela correnteza de carros. O olhar nela. E a rua sendo atravessada devagar. E os olhos nela, sempre.
O único movimento dela era aquele respirar sofrido, que fazia o peito subir e descer depressa. Via a aproximação dele indefesa, ou melhor, sem querer se defender. Poderia ter andado para longe. Poderia ter corrido. Gritado. Desaparecido na multidão. Não fez nada. Queria atravessar a metade da rua que faltava para estar com ele.
Perto. Tão perto ele estava que o perfume que usava invadiu os pulmões dela, e, de repente, o ar era bom de novo. Tão perto que o perfume dela arrepiou os pêlos dele. Eles se respiravam.
Os olhos deles agora se buscavam, querendo ver a alma. Ela viu o medo dele, que também era o dela. Ele viu a solidão dela, a mesma solidão que dormia com ele todas as noites.
Sem sequer notarem as mãos se tocaram, se enroscaram, se prenderam com força, os dedos ficando brancos, ligeiramente doloridos.
Ela abriu os lábios, como se fosse dizer algo. Ele engoliu em seco e sorriu. Ela não disse nada, ficou olhando aquele sorriso subir para os olhos dele, o que o fez parecer menino. E ela teve que sorrir também, um pouco tímida, um pouco moleca como há muito não se sentia.
E os dois deram o primeiro passo juntos. E o segundo... Sabiam para onde estavam indo, finalmente. O caminho brilhava com neon e desejo à frente deles.
Uma porta. Paredes. O barulho lá fora, distante. E dentro o barulho de beijos e roupas jogadas no chão naquele quarto simples, barato, testemunha de outros amores, alguns sinceros, outros pagos.
E o desejo vinha em ondas. O corpo dele vinha em ondas dentro dela. E o corpo dela o recebia com uma vontade que parecia não ter fim. E não tinha.
O prazer independia do gozo, mas o gozo veio. Entre gemidos e suor. E pele ardendo e lençol molhado. E corações batendo, batendo, batendo... O sangue pulsando nos ouvidos, um zunido...
Calmaria vindo. Respirar mais lento. Corpos unidos ainda, pernas trançadas. Cabelos espalhados. E um riso leve...
Os olhos dela dentro dos dele. Os dois sem perguntas, sem nome, sem pressa. Apenas a aceitação do destino. Talvez fossem dois carentes. Talvez fossem dois viciados. O único receio que tiveram foi serem feitos um para o outro. E eram.
Os olhos dela dentro dos dele. Os dois sem perguntas, sem nome, sem pressa. Apenas a aceitação do destino. Talvez fossem dois carentes. Talvez fossem dois viciados. O único receio que tiveram foi serem feitos um para o outro. E eram.
sexta-feira, maio 27, 2005
Pão e Circo
Seu suor na minha pele
é tinta na tela
e seus dedos deslizam
criando formas,
sombras,
luzes...
Sou seu quadro.
Meu suor na sua pele
é água na terra
e meus dedos plantam
sementes de desejo,
mudas de sussurros,
sonhos...
Você é meu alimento.
Eu existo para sua contemplação.
Você existe para minha sobrevivência.
é tinta na tela
e seus dedos deslizam
criando formas,
sombras,
luzes...
Sou seu quadro.
Meu suor na sua pele
é água na terra
e meus dedos plantam
sementes de desejo,
mudas de sussurros,
sonhos...
Você é meu alimento.
Eu existo para sua contemplação.
Você existe para minha sobrevivência.
quinta-feira, maio 26, 2005
Eco
Algumas vezes preciso de música alta,
naquele volume de tremer paredes,
copos tilintarem no armário,
vizinho de cara feia por um mês...
Tenho vontade de correr, não andar;
de parar com esse sussurro
e enrouquecer de tanto grito;
de sair desse coma emocional
para morrer de paixão...
Preciso do exagero,
do excesso de loucura,
de chorar aos litros
porque tudo é tão bonito
que dói...
De vez em quando
tenho que chegar ao limite
e do limite passar sem medo,
os olhos fechados e o corpo aberto
para o orgasmo múltiplo que é a vida...
E o som bem alto, trovejando na sala,
porque tem noites chuvosas como essa,
em que preciso sangrar o tímpano
para escutar minha verdadeira voz...
naquele volume de tremer paredes,
copos tilintarem no armário,
vizinho de cara feia por um mês...
Tenho vontade de correr, não andar;
de parar com esse sussurro
e enrouquecer de tanto grito;
de sair desse coma emocional
para morrer de paixão...
Preciso do exagero,
do excesso de loucura,
de chorar aos litros
porque tudo é tão bonito
que dói...
De vez em quando
tenho que chegar ao limite
e do limite passar sem medo,
os olhos fechados e o corpo aberto
para o orgasmo múltiplo que é a vida...
E o som bem alto, trovejando na sala,
porque tem noites chuvosas como essa,
em que preciso sangrar o tímpano
para escutar minha verdadeira voz...
Olhar
Hoje choveu
o dia inteiro...
O tempo está feio,
falaram alto...
Mas de que outro jeito,
esta noite,
teríamos estrelas
no asfalto?
o dia inteiro...
O tempo está feio,
falaram alto...
Mas de que outro jeito,
esta noite,
teríamos estrelas
no asfalto?
quarta-feira, maio 25, 2005
Intervalo
Estou feliz demais para fazer poesia.
Meu verso ri,
a rima destoa,
à toa como eu...
As palavras dançam
diante de mim,
escorregam da caneta e
se espalham no papel,
em festa...
Então lanço ao vento minhas páginas
e meu corpo lanço, nu e leve,
nos seus braços...
Às vezes, desistir é a maior vitória...
Vamos deixar a poesia pra mais tarde...
Meu verso ri,
a rima destoa,
à toa como eu...
As palavras dançam
diante de mim,
escorregam da caneta e
se espalham no papel,
em festa...
Então lanço ao vento minhas páginas
e meu corpo lanço, nu e leve,
nos seus braços...
Às vezes, desistir é a maior vitória...
Vamos deixar a poesia pra mais tarde...
terça-feira, maio 24, 2005
Via Embratel
Liga...
Por favor, eu preciso...
Quero você,
quero seus ouvidos
onde deposito meus gemidos,
o riso frouxo
e o pranto do gozo...
Estou perdendo meu pouco juízo...
Liga, meu amor, liga...
Por favor, eu preciso...
Quero você,
quero seus ouvidos
onde deposito meus gemidos,
o riso frouxo
e o pranto do gozo...
Estou perdendo meu pouco juízo...
Liga, meu amor, liga...
Dorme...
Quando amanhece e deixo sua cama,
levo comigo as olheiras que a noite me deu...
Enquanto você dorme ignorando o relógio,
conto os segundos até a próxima vez...
Assim é esse amor que partilhamos:
você sorri sonhando, os olhos fechados
e eu volto correndo para os seus agrados,
de olhos abertos, mas sem nada ver...
levo comigo as olheiras que a noite me deu...
Enquanto você dorme ignorando o relógio,
conto os segundos até a próxima vez...
Assim é esse amor que partilhamos:
você sorri sonhando, os olhos fechados
e eu volto correndo para os seus agrados,
de olhos abertos, mas sem nada ver...
segunda-feira, maio 23, 2005
Chega
Não quero mais arder
na minha própria chama...
Nem o alívio
de minhas mãos
errantes...
Preciso do fogo
que existe nos teus olhos
e do teu corpo
dentro do meu...
Agora.
Ou antes...
na minha própria chama...
Nem o alívio
de minhas mãos
errantes...
Preciso do fogo
que existe nos teus olhos
e do teu corpo
dentro do meu...
Agora.
Ou antes...
domingo, maio 22, 2005
Repeat
A música começa
e termina...
Recomeça...
Outra vez...
Repete...
Nossos corpos,
íntimos...
Indo...
Vindo...
Indo...
Vindo...
Repete..
Amor...
Repete...
Amo.
(Toca, Pink Floyd...Mudmen... de novo...)
e termina...
Recomeça...
Outra vez...
Repete...
Nossos corpos,
íntimos...
Indo...
Vindo...
Indo...
Vindo...
Repete..
Amor...
Repete...
Amo.
(Toca, Pink Floyd...Mudmen... de novo...)
sábado, maio 21, 2005
Tântrico
Sou sua há horas,
dias, meses, eras...
Quem sabe o que é o tempo?
E o que importa?
Só sei que quando estamos juntos,
ele pára...
E, se nesse momento,
você pára dentro de mim
e espera,
sei que serei sua ainda
por eras, meses, dias, horas, sempre...
Vem, me dá um beijo, agora...
dias, meses, eras...
Quem sabe o que é o tempo?
E o que importa?
Só sei que quando estamos juntos,
ele pára...
E, se nesse momento,
você pára dentro de mim
e espera,
sei que serei sua ainda
por eras, meses, dias, horas, sempre...
Vem, me dá um beijo, agora...
Paz
Não há poesia
que deixe mais bonito
o que existe entre nós.
Então largo tudo,
fecho os olhos
e ouço,
dentro de mim,
a sua voz.
que deixe mais bonito
o que existe entre nós.
Então largo tudo,
fecho os olhos
e ouço,
dentro de mim,
a sua voz.
sexta-feira, maio 20, 2005
quinta-feira, maio 19, 2005
Solo
Existem músicas
que entram
pelos poros.
Existem pessoas
que são como
essas músicas.
Em mim,
só toca solo
de você...
que entram
pelos poros.
Existem pessoas
que são como
essas músicas.
Em mim,
só toca solo
de você...
Amém
Benditas sejam todas as paixões...
As grandes, as loucas, as desenfreadas paixões
que vêm nunca se sabe de onde
nem quando...
Benditas as febres,
as mãos trêmulas,
as loucuras,
que atiram longe juízo, roupas e decoro...
Perdoada seja minha alma,
pois meu corpo está pleno de pecados
que não trazem culpa ou medo...
Bendito seja esse constante ceder
desnorteado,
e a calma com que aceito
o destino e o desatino...
Graças ao deus sorridente
que nos deu a mesma sina:
amor de alma,
paixão de cama
e vida.
As grandes, as loucas, as desenfreadas paixões
que vêm nunca se sabe de onde
nem quando...
Benditas as febres,
as mãos trêmulas,
as loucuras,
que atiram longe juízo, roupas e decoro...
Perdoada seja minha alma,
pois meu corpo está pleno de pecados
que não trazem culpa ou medo...
Bendito seja esse constante ceder
desnorteado,
e a calma com que aceito
o destino e o desatino...
Graças ao deus sorridente
que nos deu a mesma sina:
amor de alma,
paixão de cama
e vida.
Matiz
Lá fora um dia
cinza.
Cá dentro teu olho
marrom.
No meu peito amor
vermelho.
Na tua voz adeus
amarelo.
O ar me falta
azul.
A vida fica em
preto-e-branco.
cinza.
Cá dentro teu olho
marrom.
No meu peito amor
vermelho.
Na tua voz adeus
amarelo.
O ar me falta
azul.
A vida fica em
preto-e-branco.
quarta-feira, maio 18, 2005
Quimera
Eu sonho tuas mãos
em meus profundos becos,
tua boca nos meus labirintos,
minhas mãos enredando cabelos
e no seu corpo
o furor e a fome
da minha boca...
Sonho camas, mesas, escadas,
degraus onde sejam iguais
nossas alturas,
minhas pernas enroscadas,
teu braço na minha cintura...
Sonho água e uísque,
fumaça de cigarro
e teu sexo pronto
para a neblina
desse encontro...
Sonho beijo,
mordida e riso,
tenho nos dedos
o toque preciso
e o sexo aberto
pra tua retina...
De olhos abertos,
meu amor, eu sonho.
em meus profundos becos,
tua boca nos meus labirintos,
minhas mãos enredando cabelos
e no seu corpo
o furor e a fome
da minha boca...
Sonho camas, mesas, escadas,
degraus onde sejam iguais
nossas alturas,
minhas pernas enroscadas,
teu braço na minha cintura...
Sonho água e uísque,
fumaça de cigarro
e teu sexo pronto
para a neblina
desse encontro...
Sonho beijo,
mordida e riso,
tenho nos dedos
o toque preciso
e o sexo aberto
pra tua retina...
De olhos abertos,
meu amor, eu sonho.
Gozo
O prazer
está escapando
por meus dedos
feito água,
então te bebo
em goles largos
e só te liberto
em lágrimas.
está escapando
por meus dedos
feito água,
então te bebo
em goles largos
e só te liberto
em lágrimas.
terça-feira, maio 17, 2005
Tocaia
A paixão me cerca por todos os lados...
Espreita, circula, lança em mim seu olhar direto.
A paixão não dissimula, não joga,
vem nua e sincera a meu encontro
e eu, sincera e nua, me entrego
de coração leve
e corpo aberto.
Espreita, circula, lança em mim seu olhar direto.
A paixão não dissimula, não joga,
vem nua e sincera a meu encontro
e eu, sincera e nua, me entrego
de coração leve
e corpo aberto.
segunda-feira, maio 16, 2005
Nua
Você chegando,
a vida interrompendo
meu desesperado desejo,
sua esperada cumplicidade
colocando asas nas pontas
dos meus dedos...
O tempo voando, voando...
e minhas rendas
esquecidas no chão...
a vida interrompendo
meu desesperado desejo,
sua esperada cumplicidade
colocando asas nas pontas
dos meus dedos...
O tempo voando, voando...
e minhas rendas
esquecidas no chão...
Fala...
Sua voz é linda.
Tem um jeito ritmado
de falar as palavras
como se elas tivessem
um sabor secreto,
quando ditas assim, de leve,
para não arranhar as sílabas
que passam por seus lábios...
Sua voz tem sorriso.
As palavras vêm abertas como bandeiras,
alegres,
coloridas,
brasileiras...
Sua voz é feliz como
pipa no céu...
Sua voz é macia
como pluma de passarinho,
sussurra coisas que eu não acredito
e ilumina meus olhos de desejos...
Só a magia da sua voz
tem o poder de provocar
essa minha inexplicável
mudez...
Tem um jeito ritmado
de falar as palavras
como se elas tivessem
um sabor secreto,
quando ditas assim, de leve,
para não arranhar as sílabas
que passam por seus lábios...
Sua voz tem sorriso.
As palavras vêm abertas como bandeiras,
alegres,
coloridas,
brasileiras...
Sua voz é feliz como
pipa no céu...
Sua voz é macia
como pluma de passarinho,
sussurra coisas que eu não acredito
e ilumina meus olhos de desejos...
Só a magia da sua voz
tem o poder de provocar
essa minha inexplicável
mudez...
Nau
A voz do teu desejo
orienta minha mão
em cada movimento...
A voz do meu desejo
acende teu corpo,
onde me lanço sempre.
Depois, no escuro,
a brasa do teu cigarro brilha,
farol que me guia
até o porto da tua boca...
orienta minha mão
em cada movimento...
A voz do meu desejo
acende teu corpo,
onde me lanço sempre.
Depois, no escuro,
a brasa do teu cigarro brilha,
farol que me guia
até o porto da tua boca...
domingo, maio 15, 2005
Banho-maria
Uma palavra por dia
alimenta o fogo
que me derrete
em chama lenta...
Um beijo por dia
atiça a brasa
que marca em meu corpo
o segredo do seu...
Depois,
a água do banho resfria a pele,
lava a lágrima,
o suor e o sêmen,
mas conserva o cheiro,
até que novamente,
você me queime...
alimenta o fogo
que me derrete
em chama lenta...
Um beijo por dia
atiça a brasa
que marca em meu corpo
o segredo do seu...
Depois,
a água do banho resfria a pele,
lava a lágrima,
o suor e o sêmen,
mas conserva o cheiro,
até que novamente,
você me queime...
Doce
No meu jardim de outono,
sob a paixão ensolarada,
as flores da primavera
se tornam frutos inchados,
que adoçam tua boca...
sob a paixão ensolarada,
as flores da primavera
se tornam frutos inchados,
que adoçam tua boca...
sábado, maio 14, 2005
Passatempo
Você me pediu
que não falasse mais de ..........,
porque falar de ..........
cria laços,
nós emaranhados
como nós.
Só que não falar de ..........,
não pensar em ..........,
não impede que o .......... surja,
de repente,
dentro da gente.
Essa palavra não dita
flutua sorridente,
pousa nos seus lábios,
faz cócegas no meu ouvido,
ecoa no meu coração.
O eu te .......... proibido,
não escrito, não falado
entrego em beijos,
em sorrisos, em afagos
e nesse jogo de criança
de completar os pontilhados.
(ouvindo Frejat... "Eu não sei dizer te amo")
que não falasse mais de ..........,
porque falar de ..........
cria laços,
nós emaranhados
como nós.
Só que não falar de ..........,
não pensar em ..........,
não impede que o .......... surja,
de repente,
dentro da gente.
Essa palavra não dita
flutua sorridente,
pousa nos seus lábios,
faz cócegas no meu ouvido,
ecoa no meu coração.
O eu te .......... proibido,
não escrito, não falado
entrego em beijos,
em sorrisos, em afagos
e nesse jogo de criança
de completar os pontilhados.
(ouvindo Frejat... "Eu não sei dizer te amo")
sexta-feira, maio 13, 2005
Em claro
Amo a madrugada silenciosa
que junta meu verso a tua prosa,
teu passo firme e a minha dança,
a distância que nos separa
e o desejo que nos entrosa...
Amo a madrugada que nos cobre
e une minha fome a tua fome,
minha palavra a teu sorriso,
tua carícia aos meus gemidos,
teu vinho transbordando minha taça...
Amo a madrugada,
quando livre de roupas e pudores,
deito em tua cama,
bebo teus sabores
e de olhos abertos,
apaixonados,
eu me sinto
tua amada...
que junta meu verso a tua prosa,
teu passo firme e a minha dança,
a distância que nos separa
e o desejo que nos entrosa...
Amo a madrugada que nos cobre
e une minha fome a tua fome,
minha palavra a teu sorriso,
tua carícia aos meus gemidos,
teu vinho transbordando minha taça...
Amo a madrugada,
quando livre de roupas e pudores,
deito em tua cama,
bebo teus sabores
e de olhos abertos,
apaixonados,
eu me sinto
tua amada...
quinta-feira, maio 12, 2005
Cio
Meu passo segue o ritmo
da tua música
no meu ouvido.
Meu corpo exala o cheiro
do teu amor
impossível.
O destino que te trouxe
a minha porta
é o mesmo
que vai me colocar
a teus pés...
da tua música
no meu ouvido.
Meu corpo exala o cheiro
do teu amor
impossível.
O destino que te trouxe
a minha porta
é o mesmo
que vai me colocar
a teus pés...
Vem
Vem...
Rasga minha roupa
e minha lucidez,
marca minha pele de beijos,
eriça meus pêlos...
Agora...
Dobra minha vontade,
dobra meus joelhos,
que sou escrava
do teu desejo...
Vem...
Olha nos meus olhos,
puxa meus cabelos,
estou sempre pronta
para os teus apelos...
Assim...
Vem depressa,
estou te esperando,
infinitamente,
dentro de mim...
Vem!
Rasga minha roupa
e minha lucidez,
marca minha pele de beijos,
eriça meus pêlos...
Agora...
Dobra minha vontade,
dobra meus joelhos,
que sou escrava
do teu desejo...
Vem...
Olha nos meus olhos,
puxa meus cabelos,
estou sempre pronta
para os teus apelos...
Assim...
Vem depressa,
estou te esperando,
infinitamente,
dentro de mim...
Vem!
quarta-feira, maio 11, 2005
Medieval
Há eras te carrego
suspenso qual espada
sobre o coração...
Um respirar mais fundo,
um suspiro mais sentido,
um passo em falso
e me atravessas...
Não importa...
A espada que me fere
é a mesma que me defende
de amores menos nobres...
Tua é a lembrança
que me mantém pura
e me sustenta
quando mergulho
em águas turvas...
suspenso qual espada
sobre o coração...
Um respirar mais fundo,
um suspiro mais sentido,
um passo em falso
e me atravessas...
Não importa...
A espada que me fere
é a mesma que me defende
de amores menos nobres...
Tua é a lembrança
que me mantém pura
e me sustenta
quando mergulho
em águas turvas...
terça-feira, maio 10, 2005
Momentum
Tem um arrepio novo
na minha pele,
um sorriso bobo
na minha boca
e sinto um amor louco
pela paixão recém-nascida,
contra a qual meu corpo
não tem defesa...
Tem um poema novo
na minha cabeça,
um frio de pólo
na minha barriga
e sinto uma paixão louca
pelo amor proibido,
que põe cor em cada verso
da minha poesia...
na minha pele,
um sorriso bobo
na minha boca
e sinto um amor louco
pela paixão recém-nascida,
contra a qual meu corpo
não tem defesa...
Tem um poema novo
na minha cabeça,
um frio de pólo
na minha barriga
e sinto uma paixão louca
pelo amor proibido,
que põe cor em cada verso
da minha poesia...
No balcão de Julieta
Vamos deixar assim:
não quero teu nome,
endereço, telefone,
não quero nada de ti
além da fome...
Vamos fazer assim:
cubro teu corpo de beijos,
cumpro cada desejo,
inconfessável que seja,
sacio a sede...
Vamos viver assim:
enquanto valer a pena,
meu nome, tua mulher,
meu homem será teu nome...
não quero teu nome,
endereço, telefone,
não quero nada de ti
além da fome...
Vamos fazer assim:
cubro teu corpo de beijos,
cumpro cada desejo,
inconfessável que seja,
sacio a sede...
Vamos viver assim:
enquanto valer a pena,
meu nome, tua mulher,
meu homem será teu nome...
Pêndulo
Entre palavras e silêncios
nos movemos,
cuidadosamente.
Entre pausas e movimentos
nos amamos,
apaixonadamente.
Entre verdades e mentiras
nos olhamos,
curiosamente.
Entre o sim e o não
a brecha do talvez
nos devora,
inevitavelmente.
nos movemos,
cuidadosamente.
Entre pausas e movimentos
nos amamos,
apaixonadamente.
Entre verdades e mentiras
nos olhamos,
curiosamente.
Entre o sim e o não
a brecha do talvez
nos devora,
inevitavelmente.
domingo, maio 08, 2005
Naval
Meu amor é âncora
e não me afasto de ti...
Teu desamor é vento
me forçando a partir...
Minha vida
é corrente que resiste,
esticada até o limite...
e não me afasto de ti...
Teu desamor é vento
me forçando a partir...
Minha vida
é corrente que resiste,
esticada até o limite...
sábado, maio 07, 2005
Meia ponta
Eu me equilibro
na borda do dia
quando quase todos
dormem.
E danço levemente
na borda da poesia
quando quase todos
tremem.
E beijo tua boca
na borda do copo
quando quase todas
negam.
A beira do abismo
é o ponto mais seguro
quando quase todos
cercam.
Teu olhar no meu olhar
é meu desejo mais forte
quando chega minha hora
e salto.
na borda do dia
quando quase todos
dormem.
E danço levemente
na borda da poesia
quando quase todos
tremem.
E beijo tua boca
na borda do copo
quando quase todas
negam.
A beira do abismo
é o ponto mais seguro
quando quase todos
cercam.
Teu olhar no meu olhar
é meu desejo mais forte
quando chega minha hora
e salto.
sexta-feira, maio 06, 2005
Meu
Sei que teu amor
não foi a primeira vista...
Talvez nem mesmo a segunda...
Teu amor só aconteceu
quando fechaste
os olhos...
não foi a primeira vista...
Talvez nem mesmo a segunda...
Teu amor só aconteceu
quando fechaste
os olhos...
Química física
Tempo
que passa,
envelhece,
enruga,
branqueia.
Distância
que silencia,
impossibilita,
diminui.
Temperatura
de febre no corpo,
de frio lá fora,
de gelo no copo.
Foi muita pressão,
meu amor,
espera a explosão...
que passa,
envelhece,
enruga,
branqueia.
Distância
que silencia,
impossibilita,
diminui.
Temperatura
de febre no corpo,
de frio lá fora,
de gelo no copo.
Foi muita pressão,
meu amor,
espera a explosão...
sábado, abril 30, 2005
Tique-taque
O relógio parou,
o tempo, não.
Gostaria que tivesse sido
o contrário...
Os ponteiros girando
e o tempo sobre nós,
parado como o ar
do meio-dia,
deixando tudo eterno...
o tempo, não.
Gostaria que tivesse sido
o contrário...
Os ponteiros girando
e o tempo sobre nós,
parado como o ar
do meio-dia,
deixando tudo eterno...
Brisa
Um momento de silêncio,
uma calma infinita,
o olho do furacão.
Ao redor,
a vida girando,
enlouquecida,
procurando por nós.
Esquece, vida...
Estamos perdidos...
uma calma infinita,
o olho do furacão.
Ao redor,
a vida girando,
enlouquecida,
procurando por nós.
Esquece, vida...
Estamos perdidos...
Passo
Minha memória é falha,
mas guarda a medida exata
de teus passos pela casa,
o ritmo,
o som,
a pressa de chegar,
a lentidão ao partir.
Esse teu caminhar
pela minha vida,
visitando meus cantos escuros,
criou novas estradas
para novos destinos,
apagou pegadas antigas.
Minha memória é falha,
mas em minha mente brilha
como um farol
tua certeza de chegar,
com teus passos leves,
à minha alma perdida.
mas guarda a medida exata
de teus passos pela casa,
o ritmo,
o som,
a pressa de chegar,
a lentidão ao partir.
Esse teu caminhar
pela minha vida,
visitando meus cantos escuros,
criou novas estradas
para novos destinos,
apagou pegadas antigas.
Minha memória é falha,
mas em minha mente brilha
como um farol
tua certeza de chegar,
com teus passos leves,
à minha alma perdida.
terça-feira, abril 26, 2005
Noturna
Boa noite, insônia...
Senta aqui a meu lado,
dá palpite em minha poesia,
ri do meu ar patético
quando me rendo a ti...
Dormir para quê,
se o sonho só acontece
diante de meus olhos
vermelhos,
injetados,
febris,
inevitavelmente abertos...
Cama para quê, insônia,
se gosto de ficar assim,
passeando pela casa a teu lado,
alinhando livros,
vendo-te me olhar
com teus olhos solitários,
reflexos dos meus...
Boa noite, insônia,
vai embora, já é quase dia,
obrigada pela companhia...
Senta aqui a meu lado,
dá palpite em minha poesia,
ri do meu ar patético
quando me rendo a ti...
Dormir para quê,
se o sonho só acontece
diante de meus olhos
vermelhos,
injetados,
febris,
inevitavelmente abertos...
Cama para quê, insônia,
se gosto de ficar assim,
passeando pela casa a teu lado,
alinhando livros,
vendo-te me olhar
com teus olhos solitários,
reflexos dos meus...
Boa noite, insônia,
vai embora, já é quase dia,
obrigada pela companhia...
Lupa
Ando a procura da leveza,
mas meu coração pesa,
minha alma se enrosca em culpas
e o vôo da tua promessa
não acontece.
Ando a procura do silêncio,
mas tua voz não cala
dentro de mim.
Procuro o desejo que fere,
em dentes, unhas, olhos,
mas esse desejo só existe
sob teu peso,
que me deixaria o coração leve,
a alma solta,
o silêncio extasiado.
Procuro tua pele ensolarada,
tua cara de menino que fez arte,
teu jeito de homem que sabe
do mar,
do céu,
de mim.
E nessa minha busca
só encontro a certeza
de ser sempre
tua.
mas meu coração pesa,
minha alma se enrosca em culpas
e o vôo da tua promessa
não acontece.
Ando a procura do silêncio,
mas tua voz não cala
dentro de mim.
Procuro o desejo que fere,
em dentes, unhas, olhos,
mas esse desejo só existe
sob teu peso,
que me deixaria o coração leve,
a alma solta,
o silêncio extasiado.
Procuro tua pele ensolarada,
tua cara de menino que fez arte,
teu jeito de homem que sabe
do mar,
do céu,
de mim.
E nessa minha busca
só encontro a certeza
de ser sempre
tua.
segunda-feira, abril 25, 2005
Álbum
Pessoas colecionam selos,
moedas,
quadros,
conchas,
coisas.
Eu coleciono você
em lembranças,
em palavras,
em atos,
em mim.
moedas,
quadros,
conchas,
coisas.
Eu coleciono você
em lembranças,
em palavras,
em atos,
em mim.
Sentidos Falhos
Quantas vezes te vi
do outro lado da rua
e atravessei contrariando
os sinais?
Quantas vezes ouvi tua voz
na multidão,
perdida entre mil vozes?
E teu perfume no ar,
quantas vezes senti,
segui,
persegui?
Tanta busca para tão pouco encontro...
O rosto, a voz, e o cheiro
não eram teus...
És meu desejo projetado
diante de mim,
miragem,
graal.
Minha dor é ser tua,
enquanto tu apenas
és.
do outro lado da rua
e atravessei contrariando
os sinais?
Quantas vezes ouvi tua voz
na multidão,
perdida entre mil vozes?
E teu perfume no ar,
quantas vezes senti,
segui,
persegui?
Tanta busca para tão pouco encontro...
O rosto, a voz, e o cheiro
não eram teus...
És meu desejo projetado
diante de mim,
miragem,
graal.
Minha dor é ser tua,
enquanto tu apenas
és.
domingo, abril 24, 2005
Perdão
Eu te devo a luz do Sol.
Com que direito te condenei a sombra,
ao horário fixo,
ao silêncio?
Eu te devo o portão de minha casa
onde jamais estiveste.
Eu te devo minha família,
meus amigos,
minha vida,
um espaço na agenda,
uma foto no mural.
Porque têm horas em que o amor não basta.
Têm horas em que o amor...
O amor...
O amor esquece o outro,
que não quer ser só o outro,
quer ser o único.
Por te dever tanto,
por nada pedires,
por tudo eu te amo
e te peço perdão.
Com que direito te condenei a sombra,
ao horário fixo,
ao silêncio?
Eu te devo o portão de minha casa
onde jamais estiveste.
Eu te devo minha família,
meus amigos,
minha vida,
um espaço na agenda,
uma foto no mural.
Porque têm horas em que o amor não basta.
Têm horas em que o amor...
O amor...
O amor esquece o outro,
que não quer ser só o outro,
quer ser o único.
Por te dever tanto,
por nada pedires,
por tudo eu te amo
e te peço perdão.
sexta-feira, abril 22, 2005
Tinteiro
Quando me apaixono
compro canetas,
porque a poesia do mundo
há que sair de mim
aos jorros.
Quando me apaixono
brotam pilhas de papel
pela casa,
porque um verso fugidio
há que ser escrito
sem demora.
Quando me apaixono
nascem em mim
os excessos de palavras,
de gestos,
de sonhos.
E o sonho maior que tenho
é que a paixão
nunca me falte.
compro canetas,
porque a poesia do mundo
há que sair de mim
aos jorros.
Quando me apaixono
brotam pilhas de papel
pela casa,
porque um verso fugidio
há que ser escrito
sem demora.
Quando me apaixono
nascem em mim
os excessos de palavras,
de gestos,
de sonhos.
E o sonho maior que tenho
é que a paixão
nunca me falte.
Visual
Às vezes, mais do que sentir,
desejo ver o movimento de teus dedos
na minha pele,
o lento passeio,
o deslizar,
o aperto.
A hipnose premeditada
no toque,
no ritmo,
no silêncio quase completo
do nosso mundo de penumbra.
Sinto falta de olhar a posse sem posse
de tuas mãos no meu corpo,
a certeza de teus dedos,
a calma do carinho de quem se sabe dono
sem palavras,
sem papel,
sem papéis.
O desejo de te ver em mim
me cega.
desejo ver o movimento de teus dedos
na minha pele,
o lento passeio,
o deslizar,
o aperto.
A hipnose premeditada
no toque,
no ritmo,
no silêncio quase completo
do nosso mundo de penumbra.
Sinto falta de olhar a posse sem posse
de tuas mãos no meu corpo,
a certeza de teus dedos,
a calma do carinho de quem se sabe dono
sem palavras,
sem papel,
sem papéis.
O desejo de te ver em mim
me cega.
Em chamas
Quando resolveste voar, bárbaro,
sem intenção de retorno,
queimaste a ponte que flutuava
entre tua prisão e tua liberdade,
margens de tua vida.
Não há como saber se esse vôo
satisfez teus impossíveis anseios,
mas do calor das tuas chamas eu sei:
a ponte, bárbaro, era eu...
sem intenção de retorno,
queimaste a ponte que flutuava
entre tua prisão e tua liberdade,
margens de tua vida.
Não há como saber se esse vôo
satisfez teus impossíveis anseios,
mas do calor das tuas chamas eu sei:
a ponte, bárbaro, era eu...
Desalmada
Por baixo da pele,
minha alma te olha,
silenciosa.
Depois sai por meus poros,
em busca da gêmea,
que mora em ti.
minha alma te olha,
silenciosa.
Depois sai por meus poros,
em busca da gêmea,
que mora em ti.
quarta-feira, abril 20, 2005
Insidiosa
Entrei na sua vida pelas frestas,
um pouco de cada vez,
porque foi preciso conquistar
de dentro pra fora,
ser vitalmente necessária
sem que você percebesse.
Como eram altas demais suas muralhas,
entrei por suas portas mal fechadas,
aproveitei cada descuido
para deixar em você
um pouco de mim.
Até que chegou o dia
em que você me olhou
magicamente apaixonado...
Sua surpresa foi tanta
ao se ver tão possuído
que eu fiz cara de santa
e me deitei a seu lado...
um pouco de cada vez,
porque foi preciso conquistar
de dentro pra fora,
ser vitalmente necessária
sem que você percebesse.
Como eram altas demais suas muralhas,
entrei por suas portas mal fechadas,
aproveitei cada descuido
para deixar em você
um pouco de mim.
Até que chegou o dia
em que você me olhou
magicamente apaixonado...
Sua surpresa foi tanta
ao se ver tão possuído
que eu fiz cara de santa
e me deitei a seu lado...
Antes das seis
Os amores clandestinos são protegidos
pelos horários estranhos,
pelas janelas fechadas,
por nomes sem sobrenomes,
por códigos telefônicos...
São amores de meio de tarde,
de rendas novas,
serviço de quarto
e sonhos não partilhados,
última refeiçao do condenado...
Os amores escondidos têm o dom
de fazer o dia mais longo
para uma história caber
em outra história,
a vida ser duplicada...
Quando termina o prazo
de um amor proibido,
ele não consta na folha
corrida da nossa vida,
só fica na pele para sempre
um inexplicável arrepio...
pelos horários estranhos,
pelas janelas fechadas,
por nomes sem sobrenomes,
por códigos telefônicos...
São amores de meio de tarde,
de rendas novas,
serviço de quarto
e sonhos não partilhados,
última refeiçao do condenado...
Os amores escondidos têm o dom
de fazer o dia mais longo
para uma história caber
em outra história,
a vida ser duplicada...
Quando termina o prazo
de um amor proibido,
ele não consta na folha
corrida da nossa vida,
só fica na pele para sempre
um inexplicável arrepio...
terça-feira, abril 19, 2005
Lux
Se só és deus por minha idolatria,
que te amo entre pedidos e promessas,
dando graças a cada milagre que fazes
em minha vida perdida,
como posso te culpar por criar num gesto
a luz do prazer que me cega,
o paraíso de tua presença
e o inferno a que me condenas
com teu silêncio?
O poder que tens vem de mim,
que te criei anjo,
demônio,
homem.
que te amo entre pedidos e promessas,
dando graças a cada milagre que fazes
em minha vida perdida,
como posso te culpar por criar num gesto
a luz do prazer que me cega,
o paraíso de tua presença
e o inferno a que me condenas
com teu silêncio?
O poder que tens vem de mim,
que te criei anjo,
demônio,
homem.
sábado, abril 16, 2005
Corpo Fechado
Em cada célula do meu corpo
colocaste uma senha
secreta como a nossa vida.
A palavra mágica
que me abre
só tem sentido
nos teus lábios.
O meu feitiço
só se realiza
por teus meios
encantados.
Minhas portas cerradas
esperam o som
de tuas passadas
ritmadas.
Meu corpo diz não
se não é do teu corpo
a tão desejada
invasão.
colocaste uma senha
secreta como a nossa vida.
A palavra mágica
que me abre
só tem sentido
nos teus lábios.
O meu feitiço
só se realiza
por teus meios
encantados.
Minhas portas cerradas
esperam o som
de tuas passadas
ritmadas.
Meu corpo diz não
se não é do teu corpo
a tão desejada
invasão.
quinta-feira, abril 07, 2005
Desconhecida
Eu te dedico cada detalhe,
brinco colocado,
vestido meio justo,
perfume, salto alto
e no espelho,
de repente,
o susto:
quem é essa que me olha,
de olhar vidrado,
pensando sabe-se lá
no primeiro,
verdadeiro,
namorado?
Eu te dedico a primeira chama
que há de ser fogueira,
incêndio em mata seca
porque deixaste em mim
a brasa adormecida
que só espera teu sopro de vida.
brinco colocado,
vestido meio justo,
perfume, salto alto
e no espelho,
de repente,
o susto:
quem é essa que me olha,
de olhar vidrado,
pensando sabe-se lá
no primeiro,
verdadeiro,
namorado?
Eu te dedico a primeira chama
que há de ser fogueira,
incêndio em mata seca
porque deixaste em mim
a brasa adormecida
que só espera teu sopro de vida.
Mordida
Tenho fome.
Quero me nutrir de ti,
viver do som da tua voz
sem ligar para o que tua voz me diz...
Só o tom rouco,
o riso grave,
masculino...
Tenho fome.
Quero me saciar de ti,
saber teu suor,
teu gosto,
teu cheiro...
Quero teu corpo por inteiro.
Deixo tua alma para os anjos
se minha fome não chegar primeiro...
Quero me nutrir de ti,
viver do som da tua voz
sem ligar para o que tua voz me diz...
Só o tom rouco,
o riso grave,
masculino...
Tenho fome.
Quero me saciar de ti,
saber teu suor,
teu gosto,
teu cheiro...
Quero teu corpo por inteiro.
Deixo tua alma para os anjos
se minha fome não chegar primeiro...
Diário
Meu coração é meu calendário
tem segunda, terça, quarta...e os dias em que não te vejo
sangrando em vermelho.
No meu peito as fases da Lua
crescente, nova, minguante e cheia
dançam no alto dos meses
e das noites em que não fui tua.
Meu coração diz quando é feriado,
dia santo, facultativo ponto,
mas não sabe o dia ou a hora
do nosso eterno encontro marcado.
sábado, março 19, 2005
Ufa!
Quero casar com você
ou ter um filho seu
ou ir à Lua...
O que vier primeiro.
Porque você, às vezes,
meu amor,
complica...
ou ter um filho seu
ou ir à Lua...
O que vier primeiro.
Porque você, às vezes,
meu amor,
complica...
Momentânea
Hoje eu gostaria
de um fenomenal excesso de palavras
para explicar o simples.
Porque café na mesa,
beijo,
abraço,
vinho e vela,
quando caem na vida
perdem valor.
Hoje eu gostaria
de um pouco de mesuras,
flores novas,
encontro na rua,
namoro de volta
na nossa rotina...
Porque preciso ter,
de novo,
meu amante
vespertino...
de um fenomenal excesso de palavras
para explicar o simples.
Porque café na mesa,
beijo,
abraço,
vinho e vela,
quando caem na vida
perdem valor.
Hoje eu gostaria
de um pouco de mesuras,
flores novas,
encontro na rua,
namoro de volta
na nossa rotina...
Porque preciso ter,
de novo,
meu amante
vespertino...
Orgulho
Chega.
Cansei de esperar
o telefone tocar.
Vou me arrumar,
me perfumar,
e vou pra tua porta
te esperar
pessoalmente.
Cansei de esperar
o telefone tocar.
Vou me arrumar,
me perfumar,
e vou pra tua porta
te esperar
pessoalmente.
Adolescente
Deixa eu ser tua menina,
de pipoca no cinema,
saia curta, cabelão...
Deixa..
Deixa meu tempo parado...
Nas brincadeiras do passado,
quero ser tua princesa,
pular corda,
passa anel...
Quero ser sempre a primeira namorada,
chegar as dez, despenteada,
culpando a condução...
E ter você, com meus cadernos caminhando,
pelo caminho mais longo,
como em eternos quinze anos...
de pipoca no cinema,
saia curta, cabelão...
Deixa..
Deixa meu tempo parado...
Nas brincadeiras do passado,
quero ser tua princesa,
pular corda,
passa anel...
Quero ser sempre a primeira namorada,
chegar as dez, despenteada,
culpando a condução...
E ter você, com meus cadernos caminhando,
pelo caminho mais longo,
como em eternos quinze anos...
terça-feira, março 15, 2005
Bagagem
Toda mulher carrega seus fardos.
Eu carrego o peso
dos meus longos cabelos,
dos brincos cintilantes,
dos meus pequenos seios,
da bolsa com seus recheios,
da roupa que cobre os pêlos,
dos pêlos,
dos saltos,
dos erros...
E no fim da noite ainda desejo
sobre meus pesos
teu peso...
Eu carrego o peso
dos meus longos cabelos,
dos brincos cintilantes,
dos meus pequenos seios,
da bolsa com seus recheios,
da roupa que cobre os pêlos,
dos pêlos,
dos saltos,
dos erros...
E no fim da noite ainda desejo
sobre meus pesos
teu peso...
Cor de Rosa
Quando nasci mulher, eu não sabia do fardo.
Fazer o quê, a gente nunca sabe...
Contudo, nunca maldisse a minha sina
por ter sido feita menina...
Carrego em mim como se fossem adornos
a necessidade e alento,
uma ligeira falsa santidade,
o mudar de idéia a todo momento...
Quando nasci mulher,
eu não sabia do peso da culpa,
do tempo,
de um homem sobre mim,
mas os carrego com graça
e sigo diariamente meus caminhos,
com passos muito leves,
escandalosamente femininos...
Fazer o quê, a gente nunca sabe...
Contudo, nunca maldisse a minha sina
por ter sido feita menina...
Carrego em mim como se fossem adornos
a necessidade e alento,
uma ligeira falsa santidade,
o mudar de idéia a todo momento...
Quando nasci mulher,
eu não sabia do peso da culpa,
do tempo,
de um homem sobre mim,
mas os carrego com graça
e sigo diariamente meus caminhos,
com passos muito leves,
escandalosamente femininos...
domingo, março 13, 2005
Desejo
Nessas noites quentes
tua falta grita
como um lamento
por chuva
ou vento.
E estaticamente
minha pele sua
longe da tua.
tua falta grita
como um lamento
por chuva
ou vento.
E estaticamente
minha pele sua
longe da tua.
Castigo
Quisera poder te prender
como as palavras no papel.
E ver-te desbotar,
amarelar,
desintegrar,
numa gaveta esquecida.
Tua liberdade, no entanto,
é palavra ao vento
jamais escrita.
Eu te ouço como quem duvida,
e em lágrimas arrependidas
eu desboto,
amarelo,
desintegro,
no fundo de ti.
como as palavras no papel.
E ver-te desbotar,
amarelar,
desintegrar,
numa gaveta esquecida.
Tua liberdade, no entanto,
é palavra ao vento
jamais escrita.
Eu te ouço como quem duvida,
e em lágrimas arrependidas
eu desboto,
amarelo,
desintegro,
no fundo de ti.
Na espera
Que me venha o poema,
esse amante incerto
de palavras fugidias,
versos desconexos.
Que me venha o poema,
esse amor antigo,
seu gosto de mel
falseando o veneno.
Ilumine minhas noites
e preencha meus dias
numa quarentena,
meu dono, o poema.
Pois cada rima é um beijo,
cada letra, um carinho
do meu amante incerto,
do meu amor antigo,
do amigo poema
que vive comigo.
esse amante incerto
de palavras fugidias,
versos desconexos.
Que me venha o poema,
esse amor antigo,
seu gosto de mel
falseando o veneno.
Ilumine minhas noites
e preencha meus dias
numa quarentena,
meu dono, o poema.
Pois cada rima é um beijo,
cada letra, um carinho
do meu amante incerto,
do meu amor antigo,
do amigo poema
que vive comigo.
sexta-feira, março 11, 2005
terça-feira, março 08, 2005
Everest
Não me chame de amorzinho
que odeio diminutivos.
Quero ser sua paixão
ou nada.
Pode dizer que sou insuportável,
nunca chatinha.
Se é pra ser,
que eu seja o máximo.
De tudo.
que odeio diminutivos.
Quero ser sua paixão
ou nada.
Pode dizer que sou insuportável,
nunca chatinha.
Se é pra ser,
que eu seja o máximo.
De tudo.
segunda-feira, março 07, 2005
sábado, fevereiro 26, 2005
domingo, fevereiro 20, 2005
Má
Não quero o olhar estático dos santos
ou a cruel ilusão dos anjos e suas asas
tenho culpa e gosto dos pecados
que cometo por fome e por desejo
nunca saciados.
Não quero que me digam o quanto sou boa
ou que pensem em mim com simpatia
tenho em mim ódios e vinganças
que planejo por prazer e por loucura
com muito cuidado.
Não quero que me dêem água fresca
ou mel das pequeninas abelhas irritantes
minha sede pede nada além de uma taça de vinho
o suor da tua pele
e teu gozo.
ou a cruel ilusão dos anjos e suas asas
tenho culpa e gosto dos pecados
que cometo por fome e por desejo
nunca saciados.
Não quero que me digam o quanto sou boa
ou que pensem em mim com simpatia
tenho em mim ódios e vinganças
que planejo por prazer e por loucura
com muito cuidado.
Não quero que me dêem água fresca
ou mel das pequeninas abelhas irritantes
minha sede pede nada além de uma taça de vinho
o suor da tua pele
e teu gozo.
sábado, fevereiro 19, 2005
Particular
Dos vários sons que partilhamos
ficou na memória, como gatilho,
o som de tua porta se fechando,
no clique, promessa de delírio.
Era como se o giro da chave deixasse lá fora
as bobagens que escolhi em vez de ti...
e do lado de dentro ficasse trancado
o amor, o desejo, o frenesi.
Tua porta trancada protegia
nossas almas finalmente libertadas,
o tempo lá fora, parado,
aqui dentro o universo em sintonia.
Entre esse clique e o outro,
que me expulsava,
era a vida mais plena que existia.
Sinto saudade, meu amor,
das tuas portas...
ficou na memória, como gatilho,
o som de tua porta se fechando,
no clique, promessa de delírio.
Era como se o giro da chave deixasse lá fora
as bobagens que escolhi em vez de ti...
e do lado de dentro ficasse trancado
o amor, o desejo, o frenesi.
Tua porta trancada protegia
nossas almas finalmente libertadas,
o tempo lá fora, parado,
aqui dentro o universo em sintonia.
Entre esse clique e o outro,
que me expulsava,
era a vida mais plena que existia.
Sinto saudade, meu amor,
das tuas portas...
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
Tardes
Quarta-feira.
Tarde.
Banho de horas.
Perfume,uma gota.
O todo.
Detalhe.
Quarta-feira.
Pausa.
Sem culpa
ou medo.
Silêncio.
Sussurro.
Grito.
Excesso.
Falta.
Quarta-feira.
Chuva. Sol. Frio.
Pressa.
Sempre.
O tempo que passa.
Suave.
Bravo.
Doce.
Quarta-feira a tarde.
Eterna.
Eternamente.
Mente.
Tarde.
Banho de horas.
Perfume,uma gota.
O todo.
Detalhe.
Quarta-feira.
Pausa.
Sem culpa
ou medo.
Silêncio.
Sussurro.
Grito.
Excesso.
Falta.
Quarta-feira.
Chuva. Sol. Frio.
Pressa.
Sempre.
O tempo que passa.
Suave.
Bravo.
Doce.
Quarta-feira a tarde.
Eterna.
Eternamente.
Mente.
domingo, fevereiro 06, 2005
Pluma
Na nossa folia
teu suor que brilha
é purpurina
meu suor que pinga
chuva de confete
teu corpo se enrosca
feito serpentina.
Nosso carnaval
perde em adereço
exagera em ginga
teu enredo eu tenho
na ponta da língua
o amor nos cobre
dez em harmonia.
Nosso feriado
nunca é de descanso
tem beijo em destaque
alas se tocando
no batuque aflito
do teu coração
no meu coração.
Nossa festa
só termina
quando a chama brilha
quando o fogo finda
e caem as cinzas
bem devagarinho
da tua cigarrilha.
teu suor que brilha
é purpurina
meu suor que pinga
chuva de confete
teu corpo se enrosca
feito serpentina.
Nosso carnaval
perde em adereço
exagera em ginga
teu enredo eu tenho
na ponta da língua
o amor nos cobre
dez em harmonia.
Nosso feriado
nunca é de descanso
tem beijo em destaque
alas se tocando
no batuque aflito
do teu coração
no meu coração.
Nossa festa
só termina
quando a chama brilha
quando o fogo finda
e caem as cinzas
bem devagarinho
da tua cigarrilha.
sexta-feira, janeiro 28, 2005
terça-feira, janeiro 18, 2005
"Na Esperança De Teus Olhos"
"E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, Coisa Linda, dar-te muitas coisas lindas..."
Vinicius de Moraes
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, Coisa Linda, dar-te muitas coisas lindas..."
Vinicius de Moraes
domingo, janeiro 16, 2005
quarta-feira, janeiro 12, 2005
Armadilha
Vem mais perto
tão perto que eu desconheça
os limites.
Vem. Vem mais perto
que eu quero contar tuas células,
meu tempo é infinito.
Vem. Agora.
Que o Sol está procurando minha janela.
Depressa.
Deixa teus pés acharem o caminho
da minha casa.
E tuas mãos acharem o caminho
da minha pele.
Deixa teu corpo achar...
Não!
Quero que teu corpo perca
a razão,
o peso,
a culpa,
o tédio,
o cansaço,
a certeza.
Vem.
Vem mais perto.
Vem...
Vem...
Vem!
tão perto que eu desconheça
os limites.
Vem. Vem mais perto
que eu quero contar tuas células,
meu tempo é infinito.
Vem. Agora.
Que o Sol está procurando minha janela.
Depressa.
Deixa teus pés acharem o caminho
da minha casa.
E tuas mãos acharem o caminho
da minha pele.
Deixa teu corpo achar...
Não!
Quero que teu corpo perca
a razão,
o peso,
a culpa,
o tédio,
o cansaço,
a certeza.
Vem.
Vem mais perto.
Vem...
Vem...
Vem!
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