quinta-feira, maio 19, 2005

Amém

Benditas sejam todas as paixões...
As grandes, as loucas, as desenfreadas paixões
que vêm nunca se sabe de onde
nem quando...

Benditas as febres,
as mãos trêmulas,
as loucuras,
que atiram longe juízo, roupas e decoro...

Perdoada seja minha alma,
pois meu corpo está pleno de pecados
que não trazem culpa ou medo...

Bendito seja esse constante ceder
desnorteado,
e a calma com que aceito
o destino e o desatino...

Graças ao deus sorridente
que nos deu a mesma sina:
amor de alma,
paixão de cama
e vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Maria, um belo poema não pode passar por nós sem incomodar. Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Cecília Meireles, Drummond, Mário Quintana e uma lista infindável nos incomodam pelo tempo afora. Este poema me lembrou Adélia Prado, que me incomoda também. Portanto, Maria, vocês tem uma mania esquisita de escrever belos poemas. Beijo