sábado, agosto 13, 2005

Poema Ateu

Não creio em astros que nos unam
ou em deuses que nos separem...
O destino dos nossos dias
está escrito por dentro
e sempre se manifesta
no vibrar de cada célula,
quando nossas vozes se calam
e se colam nossas peles...

3 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo. Assim até eu rezo!
Beijos.

Unknown disse...

Lindo demais... eu amei.

http://outroevangelho.blogspot.com disse...

Maria Borges, adorei seu poema...peço-lhe licença para deixar um cordel que escrevi para meu blog, espero que goste,

“Eu também não atirei a pedra”

Uma mulher é trazida pelos cabelos
Arrastada pelas ruas de terra
Os homens ignoravam seus apelos
É assim que tratavam a quem erra
A jogaram aos pés dele...de joelhos
Só então ela se viu livre das feras

Uma dúvida surgiu na mente dele
Aonde estava o homem também flagrado?
Que julgamento estranho era aquele?
Que num delito à dois...só há um culpado
Ele desconfia que aquilo era um joguete
Que tudo aquilo estava sendo forjado

Tramaram contra o galileu
A mulher era apenas um instrumento
Mas aquilo que sucedeu
A todos espantou no momento
E apenas com um ato seu
Acabou com o fingimento

Escreveu algo na areia
Mas só estava ganhando tempo
Precisava escapar da teia
E evitar um apedrejamento
Levantou-se com uma cara feia
E desferiu o seu argumento

“Aquele que não tem pecado
Que atire a primeira pedra
Mas cuidado que este ao seu lado
Tem segredos que não revela
Por fora está caiado
Mas por dentro é uma favela”

Todos foram saindo
Revoltos e decepcionados
Não puderam pegar o rabino
No plano arquitetado
A mulher lhe agradeceu a ajuda
E ele lhe deu um recado

Onde estão os que te condenam?
E aquele que a comprometeu?
Se eles não atiram as pedras...
Também não as atiro eu
Porque os pecados deles
Também podem ser os meus.

Por: Edson Moura